Após nova liberação, obras da tirolesa do Pão de Açúcar serão retomadas
Trabalho, interrompido para avaliar perfurações na rocha, será reiniciado na próxima semana; prefeitura considerou que concessionária cumpriu exigências
A prefeitura do Rio deu sinal verde, e as obras de um trecho da tirolesa do Pão de Açúcar, que estavam paralisadas, serão retomadas na próxima semana. Segundo a Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio (SMDEIS), a autorização ambiental e urbanística para instalação da tirolesa e da plataforma tanto no morro do Pão de Açúcar quanto no Morro da Urca foi concedidam, após a GeoRio ter realizado vistoria específica sobre o trabalho de perfuração de rocha. “A empresa cumpriu todas as exigências e a licença foi emitida“, informou a secretaria, acrescentando que a decisão foi tomada após análise do projeto realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (Iphan), já que se trata de monumento tombado.
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A Secretaria municipal de Ambiente e Clima (Smac) pediu um parecer técnico sobre o projeto para a Geo-Rio, órgão responsável pela gestão do risco geológico-geotécnico, ao tomar conhecimento de perfurações na rocha. A instalação da atração preocupa ambientalistas e moradores, por possíveis danos e pela alteração nas vias de escalada, já tradicionais. O complexo dos morros do Pão de Açúcar e é parte integrante do sítio Rio de Janeiro: paisagens cariocas entre a montanha e o mar, declarado Patrimônio Mundial pela Unesco em 2012. Segundo o Iphan, existem dois projetos recentes de intervenção no Parque Bondinho Pão de Açúcar. O primeiro – aprovado pela autarquia federal, que é vinculada ao Ministério da Cultura – é este que trata da instalação da tirolesa entre os morros, que vem sendo acompanhado por vistorias quinzenais. O Iphan informa ainda que orientou a empresa contratada pelo Parque Bondinho Pão de Açúcar a adotar uma série de procedimentos e soluções para diminuir o impacto visual da nova estrutura, de modo a preservar o valor paisagístico do Pão de Açúcar, que fundamenta o tombamento. As soluções propostas pelo órgão foram contempladas no projeto aprovado.
“O projeto vem para enaltecer o patrimônio histórico e a natureza. Vai colocar o turismo do Rio em outro patamar”, afirma Sandro Fernandes, CEO do Parque Bondinho Pão de Açúcar, acrescentando que ficou surpreso quando as obras foram paralisadas: “Encaramos com certa surpresa, porque houve desinformação no processo, não dos órgãos públicos, mas de pessoas que não estavam entendendo o processo. Aí pediram novo laudo, mas estamos tranquilos quanto a isso”.
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Além do projeto aprovado, há ainda o de um plano diretor com propostas para as três estações do complexo Pão de Açúcar. Este, segundo o Iphan, está nos trâmites iniciais de análise pela área técnica da superintendência da autarquia no Rio de Janeiro. O plano ainda será apresentado e discutido no âmbito do Comitê Gestor da Paisagem Patrimônio Mundial, que se encontra em fase de reinstalação.