As armas de Leandro Vieira para conquistar o bicampeonato da Imperatriz
Enredo que mistura a cultura cigana com a literatura popular nordestina exibe face mística do badalado carnavalesco
Um desfile colorido, alegre, vibrante e brilhante. Ao levar à Passarela do Samba o enredo sobre a cigana Esmeralda, o carnavalesco Leandro Vieira dobrou a aposta para conquistar o bicampenato no Grupo Especial do Carnaval carioca com a Imperatriz Leopoldinense.
Escrito há mais de cem anos pelo paraibano Leandro Gomes de Barros, o livro O Testamento da Cigana Esmeralda é um clássico literário do escritor, que ficou conhecido como o rei
da poesia do Sertão. Na história, a cigana morre na Europa e seu testamento é descoberto e trazido para o Brasil por um grupo de ciganos.
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O enredo da Rainha de Ramos se debruçou, de forma inventiva, sobre o universo cigano reinterpretado pelos delírios da literatura popular nordestina. Estavam lá conceitos como interpretação dos sonhos; leitura da sorte através do estudo da palma da mão; a influência dos astros junto à sina dos indivíduos e, ainda, o tão badalado horóscopo.
O trabalho de Leandro Vieira é caracterizado pela simplicidade estética, ao mesmo tempo arrojada e dotada de significado, em oposição ao luxo e ostentação característicos das escolas de samba.
A Imperatriz foi a última a riscar a Avenida na primeira metade de desfiles do Grupo Especial, já na madrugada de segunda (12), apostando nas cores combinadas ao nascer do sol, além de espelhos, pedras brilhantes e muito metal. Com uma apresentação impecável, se torna forte campeã ao bicampeonato.