Bichinhos por toda parte: Lagoa pode ganhar bioparque público
Frente ao aumento de espécies, biólogo Mario Moscatelli quer lançar projeto em outubro, quando celebram-se os 32 anos do programa de replantio de mangue
Nos últimos tempos, a Lagoa Rodrigo de Freitas têm atraído espécies variadas da fauna: caranguejos, capivaras, savacus, colhereiros, frango d’água… o motivo, segundo especialistas, é a evidente melhora na qualidade ambiental local, que funciona como chamariz para essas populações.
Em outubro, mês em que se celebra os 32 anos da criação do programa Manguezal da Lagoa, o biólogo Mario Moscatelli vai lançar um projeto de criação de um bioparque público na região, a fim de que haja uma reintrodução e um monitoramento de animais, além de colocação de placas informativas nas margens, indicando, por exemplo, as espécies, as funções do ecossistema, e campanhas educacionais.
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“Ao chegar aqui, em 1989, encontrei as margens degradadas, sem praticamente espécies nativas, galerias de águas pluviais despejando óleo e esgoto. Consequentemente, havia muita mortandade de peixes. Portanto, uma baixa biodiversidade”, lembra Moscatelli. “Todos os especialistas falavam que a Lagoa não tinha jeito, que o local seria apenas um depósito de peixes mortos e o Rio deveria conviver com isso. Mas eu não me convenci. Dez anos depois, me deparei com frango d’água, que não era encontrado na região, e que hoje transformou o lugar em um grande poleiro”, complementa.
“Outro dia, entre o trecho do Piraquê e a Igreja São José avistei mais de 150 caranguejos-marinheiros de diferentes tamanhos. Tenho notado não só a manutenção das espécies, mas também seu aumento. O projeto de criar um bioparque público é o passo seguinte à renaturalização. A ideia é que seja gratuito, a fim de criar massa crítica na sociedade sobre os ecossistemas e sua importância”, explica. “O objetivo é incrementar a biodiversidade vegetal com espécies de restinga, em um ambiente heterogêneo, capaz de fornecer alimento para as mais variadas espécies. Além disso, com o plaqueamento educativo e informações interativas, a serem disponibilizadas pelos quiosques, segundo a proposta, não só o ecossistema sai ganhando, mas as atividades econômicas, bem como o turismo ecológico”, destrincha o biólogo.
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