Kathlen Romeu não é exceção: 15 grávidas foram baleadas no Rio desde 2017
Levantamento da plataforma digital Fogo Cruzado mostra que, das gestantes atingidas por tiro, 8 delas morreram e 4 foram alvejadas em meio a ações policiais
O bebê de Kathlen Romeu, 24 anos, já tinha seu nome escolhido: Maya ou Zayon. A gestação de 14 semanas da designer de interiores, no entanto, chegou ao fim nesta terça (8), quando ela acompanhava a avó numa visita à tia, no Complexo do Lins. Kathlen foi baleada em meio a uma ação policial. Atingida por um tiro, morreu ao dar entrada no Hospital Salgado Filho, no Méier, e entrou para uma triste estatística: Desde 2017, 15 grávidas foram baleadas no Grande Rio – 8 delas morreram. Do total, 4 foram baleadas em meio a ações policiais.
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Os dados foram divulgados pelo Fogo Cruzado, plataforma digital colaborativa com dados de violência armada na região metropolitana do Rio. O levantamento geral mostra que quase 700 mulheres foram baleadas desde 2017 – e aí estão incluídas tanto as vítimas de bala perdida quanto de homicídios. Dez bebês foram baleados quando ainda estavam na barriga da mãe. Apenas um deles sobreviveu.
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Recém-formada, a designer de interiores havia se mudado do Lins há cerca de um mês para fugir da violência. Ela anunciou sua gravidez com emoção, na última quarta (2). “Dou risada, choro e tenho medo. Um misto de sentimentos (…). Obrigada, Senhor, por abençoar meu ventre e me permitir gerar o amor da minha vida”, escreveu, em sua conta no Instagram. Nas redes sociais, Marcelo Ramos, marido de Kathlen e pai do bebê, disse estar “sem chão”. “Você é a pessoa mais radiante e animada que conheci na vida. Vou vencer por você. Maya/Zayon sempre irão morar dentro de mim”.
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