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Icônico edifício A Noite, no Centro, é vendido e vai virar residencial

Um dos quatro grupos na disputa, a QOPP Incorporadora venceu, oferecendo R$ 36 milhões - além de adicional de R$ 24 milhões, por conta do Reviver Centro

Por Agência Brasil
26 jul 2023, 13h54

Posto à venda duas vezes no ano passado, o Edifício Joseph Gire, de 22 andares, conhecido como A Noite, que abrigou a Rádio Nacional do Rio e o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), foi finalmente vendido. O anúncio foi feito pela prefeitura nesta terça (25).  O comprador, um investidor privado, transformará o prédio, abandonado nos últimos anos, em um residencial com 447 unidades e, ainda, três lojas no térreo. O edifício é tombado desde 2013 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pelas suas características arquitetônicas e históricas.

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Foram analisadas quatro propostas e o escolhido foi o grupo QOPP Incorporadora, que ofereceu 36 milhões de reais, além de 50% do potencial adicional gerado pelas regras do Reviver Centro – plano de recuperação urbanística, cultural, social e econômica da região central do Rio –, estimado em mais de 24 milhões de reais. O projeto prevê acesso público ao terraço, em um futuro restaurante com vista privilegiada não só da cidade, mas até do Dedo de Deus, pico localizado em Teresópolis, na Região Serrana, e um centro cultural da Rádio Nacional. As obras têm previsão de início no segundo semestre de 2024.

A negociação é considerada um marco na revitalização da região central do Rio. O prédio é um ícone da cidade na Praça Mauá, coração do Porto Maravilha, ao lado do Centro. O entorno já revitalizado pelas obras do Porto deve ganhar ainda mais potencial com a venda do edifício, que fica em endereço privilegiado, em frente ao museu mais visitado do Brasil e símbolo da renovação da área: o Museu do Amanhã. Arquitetos responsáveis pelo novo projeto do Edifício A Noite, Duda Porto e André Alvarenga ressaltaram que o maior desafio dessa iniciativa foi resgatar toda a história do prédio. “Era inevitável proporcionar isso aos cariocas e aos turistas que visitam o Rio, essa vista perfeita. Partindo desse princípio, nos andares superiores teremos um restaurante para que a gente possa ter a presença do público. Haverá um elevador próprio. Vai trazer movimento e vida ao empreendimento”, disse Duda Porto.

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Nos áureos tempos do rádio, o prédio abrigou a partir de 1936 a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que ocupava os quatro últimos andares do edifício. Pelos corredores da emissora, passaram grandes artistas da cultura popular brasileira, como Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira, Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto, Elizeth Cardoso. Entre tantos outros. Os programas de auditório com César de Alencar e Paulo Gracindo, as novelas que marcaram época e paravam o Brasil, a exemplo do Repórter Esso, o primeiro jornal radiofônico, com quatro edições diárias na voz marcante de Heron Domingues. A Rádio Nacional permaneceu operando no A Noite até 2012, quando desocupou o imóvel para a realização de reformas.

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Antes, o edifício era endereço do Jornal A Noite e também do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O primeiro arranha-céu do país foi construído com óleo de baleia e sobre rochas. Durante a Segunda Guerra, o último andar funcionava como um posto de observação da Marinha, com dois funcionários que se revezavam e, através de um binóculo potente, vigiavam a possível entrada de embarcações inimigas do mar aberto para a Baía de Guanabara.

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