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Quem foi Francisco Dornelles, ex-governador morto no Rio aos 88 anos

Ex-ministro, ex-senador e ex-governador do Rio enfrentava problemas de saúde desde 2016; causa da morte ainda não foi divulgada

Por Da Redação
24 ago 2023, 13h30

Morreu nesta quarta (23), aos 88 anos, Francisco Dornelles.  O político acumulou cargos de destaque em sua longa carreira: foi ministro da Fazenda e de mais duas pastas, senador da República, deputado federal e governador do Rio. Dornelles estava internado desde maio no hospital Pró-Cardíaco, mas a causa da morte não foi revelada. O político enfrentava problemas de saúde desde 2016. O velório acontece até as 15h desta sexta (25) no Centro Cultural FGV, na Praia de Botafogo.

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Francisco Oswaldo Neves Dornelles nasceu em Belo Horizonte (MG), em 1935. De família de políticos, por parte de pai, era primo de segundo grau do ex-presidente Getúlio Vargas. Pelo lado da mãe, sobrinho dos ex-presidentes Tancredo Neves e Castelo Branco, além de ter como tio Ernesto Dornelles, que foi senador e governador do Rio Grande do Sul. Também era primo do ex-senador e hoje deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). Iniciou os estudos em São João Del Rei, também em Minas Gerais, onde ficou mais próximo do tio, mas ainda jovem se mudou com a família para o Rio. Foi na antiga capital federal que se formou em direito. Em seguida, especializou-se em finanças públicas na França e em tributação internacional na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Na volta ao Brasil, foi secretário particular de Tancredo e exerceu dezenas de cargos públicos, ainda durante o governo militar. Foi secretário da Receita Federal, em 1979, cargo em que permaneceu por seis anos. Foi sob sua administração na Receita que foi criado o símbolo do leão como imagem representativa do Imposto de Renda e da Instituição – logo utilizada até hoje. Elegeu-se deputado federal cinco vezes seguidas, entre 1987 e 2003. Também fez parte da Assembleia Nacional Constituinte, ajudando a aprovar a Constituição Federal de 1988. Tornou-se ministro da Fazenda em março de 1985, durante o governo de José Sarney, deixando a pasta em agosto do mesmo ano. Durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (entre 1996 e 1998) e do Trabalho (de 1999 a 2002).

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Em 2006, foi eleito senador pelo Rio. No Senado,foi autor de 41 projetos de lei do Senado (PLS) e signatário de 70 propostas de emenda à Constituição (PEC). Renunciou ao fim do mandato, para assumir como vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Luiz Fernando Pezão (PMDB). Acabou sendo governador interino por sete meses durante a licença médica de Pezão e depois, definitivamente, após a prisão do mandatário fluminense em 2018 pela Operação Lava Jato, quando conduziu o governo estadual pelos 32 dias de mandato que restavam. Foi o primeiro governador a decretar estado de calamidade pública na área financeira do Rio. Faltavam apenas  49 dias para as Olimpíadas, e Dornelles declarou que a crise financeira nas contas públicas estaduais era a mais grave jamais vista.

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Em 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que Pezão e Dornelles cometeram abuso de poder econômico nas eleições de 2014 e os tornou inelegíveis até 2022. O pleito de 2020 foi, assim, o primeiro em mais de duas décadas a transcorrer sem que Dornelles estivesse ocupando um posto político ou participando como candidato. Nos últimos anos, portanto, ficou afastado da vida pública. Em 2022,  ganhou uma biografia chamada “O poder sem pompa”, escrita pela jornalista Cecília Costa.

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