Feira da Glória se torna Patrimônio Imaterial do estado do Rio

Tradição centenária aos domingos, mercado a céu aberto na Avenida Augusto Severo é reconhecido por sua importância cultural, gastronômica e social

Por Elisa Torres
Atualizado em 10 jul 2025, 14h00 - Publicado em 10 jul 2025, 13h55
Feira Livre da Glória
Feira Livre da Glória: evento foi declarado patrimônio histórico, cultural e imaterial do Estado do Rio de Janeiro (Frederico de Souza Filico/Divulgação)
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Em um domingo típico na Glória, a fila na Barraca da Naná começa cedo, com gente de toda parte em busca da famosa feijoada de frutos do mar. Poucos metros adiante, o Torresmo do Rafão também atrai multidões com a iguaria, um rolo crocante.  As duas histórias ajudam a ilustrar a atmosfera da Feira Livre da Glória,  mercado a céu aberto que ocupa, há mais de um século, todos os domingos, a Avenida Augusto Severo, reunindo uma multidão em busca de boa comida, música e produtos variados. O reconhecimento da importância do evento acaba de chegar:  a feira agora integra oficialmente o rol de bens culturais imateriais do Estado do Rio de Janeiro. A iniciativa, proposta pela deputada Verônica Lima (PT), foi aprovada pela Assembleia Legislativa (Alerj) e sancionada pelo governador Cláudio Castro nesta terça (8). Com a nova classificação, o espaço passa a contar com respaldo institucional para futuras parcerias e ações de valorização cultural.

Feira Livre da Glória
Renata Santos Silva, a Naná, da barraca, começou a trabalhar no local em 2014 (Frederico de Souza Filico/Divulgação)

Programa obrigatório em qualquer roteiro cultural e gastronômico da cidade, a Feira da Glória é uma espécie de mercado com espaço de convivência, onde se encontra, das 9h às 18h, de um tudo: de itens de hortifruti e peixes frescos a roupas, artesanato, decoração, bijuterias e pratos típicos de várias partes do Brasil.  Além do comércio, a feira se firmou como polo cultural da cidade, com apresentações espontâneas — como a roda de samba Gloriosa, sob o comando de Paulão Sete Cordas — e uma atmosfera  que atrai tanto os moradores da cidade quanto os visitantes estrangeiros.

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Renata Santos Silva, a Naná, da barraca, começou há dez anos vendendo batatas rösti sob uma árvore, quando o local ainda abrigava um simples chorinho antes da revitalização urbana. Hoje é referência na venda de pescados na feira, como a feijoada de frutos do mar e o baião com tilápia e camarão (com feijão verde, arroz, queijo coalho, coentro, bacon e mandioca), dois campeões de vendas servidos em porções generosas que alimentam duas pessoas. “É ótimo ver esse reconhecimento. Num vídeo meu que viralizou recentemente eu falava justamente sobre esse assunto: a importância desse evento para a cidade”, afirma Naná.

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Rafael Rocha dos Santos, o Rafão
Rafael Rocha dos Santos, o Rafão, transformou sua receita em marca própria e hoje ocupa dois pontos na feira (Frederico de Souza Filico/Divulgação)

 Já Rafael Rocha dos Santos, o Rafão, transformou sua receita em marca própria e hoje ocupa dois pontos na feira: uma barraca e um food truck na mesma avenida. “Nós do Torresmo do Rafão ficamos muito felizes com esse reconhecimento. Mostra que o nosso trabalho e o de tantos outros expositores é valorizado. Isso atrai mais público, gera empregos e fortalece a economia”, diz Rafão.

O reconhecimento como patrimônio imaterial não altera, a princípio, o funcionamento do evento. No entanto, a nova condição deve abrir portas para incentivos, investimentos públicos e privados, e ações voltadas à preservação e promoção da feira. Trata-se, sobretudo, de uma conquista simbólica para um dos mais autênticos redutos da vida carioca.

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