Ela merece: feijoada da Tia Surica vira patrimônio histórico e cultural
Baluarte da Portela já serviu mais de 2 milhões de pratos de sua especialidade em 17 anos de tradição. Honraria foi recebida no dia em que completou 81 anos
Baluarte da Portela – maior campeã do carnaval do Rio, com 22 títulos -, Tia Surica agora entra oficialmente para a história da cultura carioca por outro caminho, o gastronômico: desde esta quarta (17), sua tradicional feijoada é Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro. A honraria foi oficializada no dia do aniversário de 81 anos de Ivanette Ferreira Barcellos, que todo mundo só conhece como Surica.
+ Instituição carioca: bolinho de feijoada vira patrimônio cultural do Rio
Sancionada pelo governador, a lei de autoria do deputado Dionísio Lins (Progressista) confere o título ao tradicional prato que leva o nome da eterna pastora da Velha Guarda da agremiação azul e branca de Oswaldo Cruz. Além de ser conhecida pela voz com que entoa os sambas, ela sempre teve mão boa para a cozinha. E se destacou ao servir sua feijoada em eventos da escola. O prato ficou famoso entre sambistas, personalidades em geral, cariocas bambas e turistas ao longo dos últimos 17 anos.
+ Cozinhar tá no sangue: chefs aderem à campanha para aumentar doações
“Durante esses 17 anos de existência já foram servidos mais de 2 milhões de pratos durante os encontros realizados na quadra da Portela, escola da qual sou benemérito”, garantiu Dionísio Lins ao G1.
“Eu estou aqui para agradecer essas homenagens maravilhosas. Eu quero agradecer a todos que estão aqui comigo, me prestigiando e comemorando. Eu sempre digo e repito, eu quero receber flores em vida. E aproveitando a oportunidade, saber que minha feijoada virou patrimônio tombado. Muito obrigado a todos pelo carinho de vocês”, disse Surica em vídeo divulgado pela Portela.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
A tradição da feijoada da Portela começou com Tia Vicentina, uma das matriarcas da escola. Já em 2003, Tia Surica lançou seu primeiro CD onde reuniu parte da elite de compositores da Azul e Branco, como Monarco, Chico Santana e Manaceia. Após as gravações, todos se reuniam na casa de Tia Surica para apreciarem um bom feijão. Surica também puxou o samba-enredo da Portela no Carnaval de 1966, quando a azul e branca se sagrou campeã do Carnaval do Rio com o enredo Memórias de um Sargento de Milícias. O samba era de Paulinho da Viola, então novato nas quadras.