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Fã de Taylor Swift morreu em show por exaustão térmica, aponta laudo

Delegada responsável pelo caso, 24ª DP (Piedade), explicou que organizadores serão ouvidos e que eles podem ser indiciados por homicídio culposo

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
27 dez 2023, 15h38

A necropsia do IML (Instituto Médico Legal) apontou que Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, que morreu após passar mal no show de Taylor Swift dia 17 de novembro, no Engenhão, teve exaustão térmica causada pelo calor.

O laudo afirma que a estudante de psicologia morreu por hemorragia alveolar, comprovando rompimento dos vasos sanguíneos que irrigam os pulmões, e congestão polivisceral, que significa a paralisação de vários órgãos por exposição difusa ao calor.

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O teor do documento foi divulgado pelo site G1. O perito concluiu que a jovem estava exposta ao calor extremo no ambiente, provocado pelo sol. A evolução clínica aponta exaustão térmica com quadro de choque cardiovascular e comprometimento grave dos pulmões, que evoluiu para morte súbita.

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O público da apresentação era de cerca de 60 000 pessoas no dia da apresentação. A cidade estava vivendo uma onda de calor extremo e, segundo os fãs, a organização da turnê proibiu garrafas no estádio e a oferta de água era escassa dentro do Engenhão.

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Daniele Menin, amiga que estava com Ana Clara, contou que elas chegaram às 11h ao local, que estava muito calor e que beberam água que levaram. Ela afirmou ainda que, dentro do estádio, chegaram a receber água em temperatura ambiente, distribuída pela organização.

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Taylor Swift chegou a interromper o show para pedir ajuda para fãs que passaram mal, dizendo: “Eles realmente precisam de água”. Segundo a amiga, a jovem desmaiou na segunda música, ironicamente chamada Cruel Summer (“verão cruel”).

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“Aí tiramos ela com ajuda dos seguranças e corremos pro postinho de apoio no estádio. Eles atenderam ela e encaminharam pra ambulância”, contou Daniele ao G1. A Secretaria Municipal de Saúde afirma que Ana Clara chegou ao Hospital Salgado Filho às 20h50, com parada cardiorrespiratória.

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O caso foi registrado na 24ª DP (Piedade). De acordo com a delegada Juliana Almeida, outros exames demonstraram que Ana Clara não havia ingerido bebida alcóolica, não havia consumido substâncias tóxicas e não tinha doenças preexistentes. Com o resultado da necrópsia, representantes da T4F — Time For Fun, que organizou o show, devem ser intimados a depor.

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Segunda a delegada, o próximo passo é ouvir os organizadores, para saber que medidas foram tomadas na ocasião. “Diante do que o laudo apontou e das demais diligências que a gente vai realizar, as oitivas, pode levar ao indiciamento por homicídio culposo“, adiantou ela ao G1.

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A família de Ana mora em Sonora (MS), mas ela vivia em Rondonópolis (MT), onde cursava psicologia, na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). Segundo amigos, ela estava realizando um sonho ao ir ao show da cantora americana.

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Após o caso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, editou portaria que libera a entrada com garrafas d’água em espetáculos, e que exige que “ilhas de hidratação” sejam oferecidas quando houver alta exposição ao calor.

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Em nota, a Time For Fun afirmou que “seguiu todas as melhores práticas de organização de eventos, incluindo todas as exigências das autoridades, distribuiu milhares de copos de água e permitiu a entrada com copos de água descartáveis sem qualquer limitação de quantidade no dia do show”, e atribuiu a morte da jovem ao “fator climático”.

Veja a nota na íntegra:

“A T4F seguiu todas as melhores práticas de organização de eventos, incluindo todas as exigências das autoridades, distribuiu milhares de copos de água e permitiu a entrada com copos de água descartáveis sem qualquer limitação de quantidade no dia do show. A empresa reitera, como tem feito desde o ocorrido, que lamenta profundamente a perda de Ana Clara. Ela foi prontamente atendida por socorristas e encaminhada em ambulância UTI, acompanhada por médicos até o hospital para que pudesse receber atendimento. A empresa segue prestando todas as informações solicitadas pelos órgãos públicos e colabora com as autoridades na investigação em curso. Em mais de 40 anos de atuação, a empresa nunca havia registrado um episódio trágico como o ocorrido no Engenhão, decorrente de fator climático”.

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