Empresário apoia projetos sociais em comunidades carentes
Desde 2010, Julio Monteiro organiza uma ação que consiste em reverter a arrecadação de um dia de venda de mate e guaraná da MegaMatte a uma iniciativa
O empresário Julio Monteiro sempre acreditou que ter sucesso profissional, pura e simplesmente, não bastava. Por compreender que precisava dar sua contribuição à sociedade, ele utilizou seus conhecimentos como professor de gestão de franquias da Fundação Getulio Vargas e presidente da MegaMatte, rede de lanchonetes de sua família, para propor uma ação de solidariedade dentro da própria companhia. Desde 2010 o executivo de 36 anos organiza a Megação, uma proposta que consiste em reverter toda a arrecadação de um dia de venda de mate e guaraná dos 150 pontos da rede para um projeto social. “No fim da ação, sempre em novembro, colocamos o mesmo valor apurado nas vendas. Ou seja, dobramos o que é arrecadado. E vamos repassando aos projetos ao longo do ano”, detalha.
O projeto social a ser ajudado é escolhido por meio de edital aberto em outubro, em que qualquer entidade sem fins lucrativos pode se inscrever. No entanto, para ser selecionada, a instituição é submetida a uma rígida análise. “É necessário ter, no mínimo, cinco anos de atividade e idoneidade comprovada, através de certidões negativas, documentação que ateste filantropia, e não apresentar práticas de trabalho exploratórias”, explica. Na Megação de 2016, por exemplo, a escolhida foi a ONG Favela Verde, na Rocinha, que desenvolve ações socioambientais. Durante o processo de seleção, Julio e sua equipe foram conhecer de perto o trabalho realizado pela organização. “O que fazemos é devolver à sociedade o que conquistamos. Este sempre foi um desejo meu: que o retorno da empresa nos permitisse investir em causas importantes”, diz o empresário, garantindo ainda que a iniciativa não tem nada a ver com marketing. “Não nos é dado nenhum benefício fiscal. Até porque, para mim, onde há amor, não pode haver obrigação. Ninguém consegue fazer o bem quando existe algum interesse envolvido”, afirma.
“Onde há amor, não pode haver obrigação. Ninguém consegue fazer o bem quando existe algum interesse envolvido”
Satisfeito com os resultados, Julio pretende expandir a iniciativa e mobilizar todos os funcionários de sua empresa. Só que, dessa vez, não haverá dinheiro na história. “Vamos parar dois dias de trabalho por ano para visitar hospitais, levando música, um sorriso, uma palavra de apoio. Existem pessoas que estão sozinhas, precisando de um contato. Tenho certeza de que aprenderemos muito”, acredita o empresário. “O grande objetivo é que a Megação se torne um instituto nos próximos cinco anos, com foco em ação social e capacitação”, planeja.