Eleições: 5 destaques do último debate com candidatos à prefeitura do Rio
Isolado à frente nas pesquisas, Paes foi alvo de todos os adversários; enquanto Ramagem e Amorim uniram forças à direita
O último debate dos candidatos à prefeitura do Rio antes das eleições, no próximo domingo (6), teve ares de embate. Promovido pela TV Globo, na noite desta quinta (3), o encontro reuniu o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, Alexandre Ramagem (PL), Marcelo Queiroz (PP), Rodrigo Amorim (União) e Tarcísio Motta (PSOL) – os mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais, todos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares.
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Isolado à frente nas pesquisas, Paes foi alvo de todos os adversários. Ramagem e Amorim uniram forças à direita, cerrando trincheiras com as bandeiras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O candidato do União Brasil chegou a chamar o suposto oponente do PL de “irmão”, nas considerações finais, conclamando os eleitores a elegerem um “prefeito conservador” no Rio. Enquanto isso, Tarcísio firmava posição à esquerda e Queiroz tentava se estabelecer como opção ao largo do confronto.
Mediado pela apresentadora Ana Paula Araújo, o bélico debate não chegou perto de cadeiras voando, como já aconteceu em São Paulo – mesmo porque elas foram afixadas no chão, preventivamente -, mas foi marcado por ataques, não apenas ao atual prefeito, colocado na parede por apoios de grupos políticos e acusado de corrupção, mas também ao candidato do Psol: metralhadora giratória, Rodrigo Amorim não perdia a oportunidade de alfinetá-lo trazendo à tona temas como aborto e drogas, além de jogá-lo contra o ex-aliado Marcelo Freixo, hoje nas fileiras de Paes. Sobrou até para Queiroz, que num confronto com o prefeito.
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Confira alguns destaques do debate:
Amorim x Paes: Logo no primeiro bloco, Rodrigo Amorim citou a Lava Jato e supostas ligações da operação com Eduardo Paes. Também questionou sua ligação com Sérgio Cabral e com Paulo Assed, que o prefeito explicou ser seu sogro. Em sua defesa, Paes afirmou que os adversários que levantavam suspeitas contra ele em 2018 foram presos, e ele não.
Paes x Ramagem: O primeiro confronto entre Eduardo Paes e Alexandre Ramagem foi sobre segurança. Paes associou Ramagem ao governador Cláudio Castro, criticando a política atual de segurança pública. “Quando a gente olha para a gestão de Cláudio Castro, é uma gestão medíocre, tem muito a se fazer, mas a sua gestão é muito pior. É nota zero”, rebateu o candidato do PL, buscando se descolar da figura do governador..
Queiroz e Amorim x Tarcísio: Marcelo Queiroz e Rodrigo Amorim questionaram Tarcísio Motta sobre o pedido de Marcelo Freixo para que seus apoiadores façam voto útil, dando a Paes mais chances de vitória já no primeiro turno. O psolista se esquivou.
Tarcísio x Ramagem: Tarcísio perguntou a Ramagem sobre educação, criticando a gestão de seu aliado Jair Bolsonaro na Presidência da República e citando perseguição a professores e negacionismo. “Ministros do governo Bolsonaro acusados por corrupção? Não lembro, não há”, negou o candidato do PL, prometendo mais escolas cívico-militares e religiosas.
Queiroz x Paes: Queiroz perguntou sobre Paes sobre saúde, e o prefeito disse que diminui à metade a fila do Sisreg em relação à administração de seu antecessor, Marcelo Crivella. Na sequência, associou Queiroz a Crivella e a Cláudio Castro, lembrando que ele foi secretário desses governos. Finalizou conclamando os concorrentes a não o convidá-lo a assumir qualquer secretaria.