A lista de denúncias contra o vereador e ex-PM Gabriel Monteiro só cresce
Com milhares de seguidores nas redes sociais, o parlamentar e youtuber de 27 anos perde patrocínios de pelo menos nove marcas, entre elas Buser e Nubank
O vereador Gabriel Monteiro (sem partido) já é alvo de oito denúncias no Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O ex-PM também tem outras cinco queixas sobre sua conduta já entregues à presidência da Casa e que ainda não chegaram aos integrantes do conselho. Ao todo, são 13 denúncias contra o vereador-youtuber no legislativo municipal. Uma campanha destinada a retirar patrocínio das redes sociais do vereador já tem o apoio de pelo menos nove marcas. O parlamentar tem cerca de 6 milhões de seguidores no Youtube e 6,9 milhões no Facebook. Suas postagens acumulam até 50 milhões de visualizações. A campanha #DesmonetizaGabrielMonteiro é encabeçada pela Sleep Giants Brasil, movimento contra o financiamento de discursos de ódio e de fake news.
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Terceiro vereador mais voltado do Rio (com 60.326 votos), Gabriel Monteiro é alvo de uma série de acusações e polêmicas. Ex-funcionários de Gabriel Monteiro na Câmara relataram episódios de assédio moral e sexual, agressões físicas e afirmaram que alguns de seus vídeos postados em redes sociais foram forjados. Além disso, uma mulher o acusa de estupro. As denúncias foram exibidas pelo Fantástico, no domingo (27).
Gabriel Monteiro também é investigado por conta de sua atuação irregular em várias ações de fiscalização realizadas ao longo de 2021 em locais como o Hospital Municipal Albert Schweitzer, a Cruz Vermelha Brasileira e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ele foi questionado por postagens feitas em suas redes sociais, de acordo com o ofício protocolado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no dia 19 de abril daquele ano. Uma denúncia feita pela Secretaria de Estado de Polícia Militar chamou atenção dos vereadores. Na reclamação, protocolada no dia 5 de maio, a PM pedia que o ex-policial devolvesse sua identidade funcional de militar na secretaria.
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Segundo Leonardo Leal, diretor jurídico da Sleep Giants Brasil, das 15 empresas já contactadas, nove já responderam aderindo à campanha que, segundo ele está só começando. Em entrevista ao Globo, ele disse que esse é um “trabalho de formiguinha”, que para surtir o efeito desejado precisa atingir de cem a 200 marcas e dura em média dois meses: “Não basta tirar as principais, que dão lucro (para o canal) e elas irem sendo substituídas por outras. O objetivo é conseguir o maior número possível (de adesões)”.
Em resposta à Sleep Giants Brasil, a Buser publicou numa rede social que estava ciente “do ocorrido, nosso time já excluiu o canal da nossa lista de anúncios, e juntos com nosso time responsável vamos atualizar a lista de contas de acordo com nossa conduta”. A postagem, feita na tarde de quarta-feira, acumula mais de 4 mil curtidas até as 8h desta quinta (31). A assessoria de imprensa da empresa confirmou o bloqueio da Buser às contas de Gabriel Monteiro. A Estácio também aderiu à campanha e informou que não compactua “com nenhum tipo de violência. Já encaminhamos para o setor responsável retirar os anúncios”. Já a Shopee publicou que “o canal não está de acordo com os valores da Shopee, e nosso time de mídia já foi acionado para pausar os posicionamentos automáticos dos nossos anúncios”. A Nubank também publicou que “suspendeu anúncios no Youtube ligados a esse canal, diante das informações veiculadas pela imprensa nos últimos dias”, se referindo às redes sociais de Gabriel Monteiro.
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O Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio vai reunir elementos até a próxima semana para avaliar se abre um processo contra ele, que pode até levar à cassação do mandato. Gabriel não quis comentar o caso.