Por que está crescendo o número de vítimas de acidentes de trânsito no Rio
80% das ocorrências em que estavam envolvidas as 8.377 pessoas que se acidentaram no estado ano passado envolviam motos, segundo a Secretaria de Saúde
O atendimento a vítimas de acidentes de trânsito tem aumentado em dois hospitais do estado do Rio que são referência nesse tipo de tratamento. Chama a atenção dos profissionais que trabalham nas unidades sobretudo o aumento no número de vítimas de pacientes que andavam de motocicletas quando se acidentaram. As estatísticas da Secretaria estadual de Saúde confirmam o que não é só uma impressão: segundo os registros, 8.377 pessoas se acidentaram no ano passado, e 80% das ocorrências envolviam motos. Em 2023, os dados dos dois primeiros meses do ano mostram 765 acidentes, a maioria também envolvendo esse tipo de veículo (81%).
+ Partos normais superam cesarianas nos hospitais estaduais do Rio
Especializado em traumas de média e alta complexidade, o Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, viu o número de atendimentos subir mais de 45%. A unidade de saúde atende a vítimas de acidentes de trânsito de todo o estado – especialmente da Região Metropolitana. Nos quatro primeiros meses deste ano, 2.804 pacientes deram entrada depois de acidentes. No mesmo período do ano passado, foram dos 1.921 atendimentos. No Alberto Torres, outra estatística se mostra alarmante: aproximadamente metade das vitimas que deram entrada de janeiro a abril deste ano, tem menos de 18 anos.
Já no Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, que recebe acidentados de nove municípios da Região dos Lagos, de janeiro a abril, foram quase 400 vítimas de acidentes de trânsito – mais do que o dobro do mesmo período do ano passado.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
“Nós estamos diante de um sistema de saúde sobrecarregado, acabamos de sair da pandemia. A violência no trânsito causa um ônus absurdo para sociedade. Os pacientes acidentados, eles estão na fase mais produtiva da vida . Isso tem um custo social muito importante”, disse à TV Globo o coordenador médico do Centro de Trauma do Alberto Torres, Marcelo Pessoa.