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Covid-19: Rio registra a maior queda na curva de contágio desde março

Pela primeira vez, a velocidade de propagação foi abaixo de 0,03, segundo o economista Thiago de Moraes Moreira. Previsão é de 0,025 em nove dias

Por Carolina Barbosa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 jun 2020, 16h43 - Publicado em 11 jun 2020, 14h47

Pela primeira vez desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, a curva de contágio da Covid-19 foi registrada abaixo de 0,03. Nesta quarta (10), o índice foi de 0,029, o menor desde então, segundo o economista e professor do Ibmec Thiago de Moraes Moreira, à frente do gráfico da velocidade da curva da Prefeitura do Rio. De acordo com o modelo matemático adotado pelo especialista, a previsão é de que o coeficiente chegue a 0,025 nos próximos nove dias, considerando-se que este é o período da defasagem entre a contabilização das internações em enfermarias e UTI e a divulgação de dados pela Secretaria de Saúde.

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De maneira bastante simplificada, seu método leva em consideração o número acumulado de contaminados no Rio para calcular o quanto a velocidade de uma trajetória exponencial vem crescendo em pontos percentuais. Vale lembrar, no entanto, que apesar de ser uma boa notícia, o nível desejado para uma reabertura mais ampla e gradual é de 0,01 (leia-se 1%). E, quanto mais achatamos a curva, mais difícil se torna fazê-la cair. O cálculo, atualizado diariamente, sempre faz referência aos catorze dias anteriores, período que caracteriza o ciclo da doença.

“Já que não fazemos testagem em massa, devemos considerar a origem dos nossos dados, que são fruto das internações caracterizadas como Síndrome Respiratória Aguda Grave em leitos de UTIs e enfermarias. Daí, concluímos que a defasagem é de nove dias, ou seja, estamos sempre olhando para trás e precisamos interpretar os números a partir deste cenário”, explica o economista. 

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O professor do Ibmec lembra que as medidas mais restritivas do isolamento social, implementadas em 12 de maio pelo prefeito Marcelo Crivella, surtiram efeito exatamente 14 dias depois (o pico de internações foi em 25 de maio, com 1 558 doentes). “Os números começaram a cair depois de 26 de maio, o que aponta uma importante redução no quadro, e que reforça a importância de seguir à risca as recomendações de isolamento social e de segurança, como o uso de máscara e álcool gel, além do distanciamento entre as pessoas por exemplo”, ressalta.

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“Tenho notado uma queda contínua nas internações de enfermaria. Já estivemos taxa de ocupação de leitos acima de 90%. Atualmente, estamos em 51,5%, o que representa uma redução consistente. No entanto, ainda preocupa a flutuação acerca dos casos mais graves, internados em unidades de terapia intensiva, hoje com 85% de ocupação”, observa ele, que enaltece o salto na disponibilização de leitos municipais desde o início da pandemia: um aumento de 90% em relação aos operacionais dos hospitais estaduais.

Para Thiago de Moraes Moreira, é fundamental, dado o cronograma de flexibilização do isolamento, redobrar a atenção e os cuidados neste momento. “A quarentena fez uma diferença muito grande em todo o processo. Portanto, é fundamental respeitar ainda mais os protocolos, porque o vírus ainda tem alta circulação, e a fiscalização em ambientes já liberados deve ir muito além da política pública. Como não vai ter fiscal em todos os lugares, cada um precisa fazer a sua parte, caso contrário esta curva volta a ascender e aí as medidas restritivas tendem a ser muito piores, calcadas no medo e no desespero da população”, reitera.

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