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Coronavírus: donos de bares denunciam agressividade de fiscais

'Esculacharam meu gerente', diz Antonio Rodrigues, do Belmonte; para Alexandre Serrado, presidente do Polo do Jardim Oceânico, maioria das multas é injusta

Por Cleo Guimarães
14 jul 2020, 19h40
Belmonte: dono da rede de botecos reuniu-se nesta segunda (13) com o prefeito Marcelo Crivella, que prometeu apurar irregularidades e exageros na conduta dos fiscais  (Instagram/Reprodução)
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Alçados à categoria de quase heróis depois da divulgação de um vídeo em que um de seus profissionais é agredido verbalmente por um casal na Barra, fiscais da Vigilância Sanitária começam a ter sua conduta questionada por empresários do setor de gastronomia. Com operações diárias desde o início da reabertura de bares e restaurantes, no último dia 2 de julho, as equipes de fiscalização são acusadas de agir com rispidez e de não ter parâmetros muito claros na aferição das autuações. “Existe uma visão de punição e de arrecadação a qualquer custo que é assustadora. Essas multas, muitas vezes exageradas, estão ajudando a quebrar um setor que, na verdade, precisa de ajuda”, afirma Alexandre Serrado, presidente do Polo Gastronômico do Jardim Oceânico e dono de restaurantes na Lapa, na Barra e na Gávea.

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O empresário também vê agressividade desmedida na abordagem de alguns fiscais. “Eles chegam acompanhados de dez viaturas e muitas vezes brigam entre eles”, diz. “Nessa hora, os clientes já ficam intimidados, a noite para eles acaba ali”. Foi para Serrado, aliás, que Antônio Rodrigues, dono da rede Belmonte, fez um desabafo por áudio, numa gravação que acabou viralizando no WhatsApp. “O que eu passei no Belmonte foi humilhante. Um cara altamente estúpido, grosso, e uma mulher coordenando a fiscalização sem controle nenhum….“, descreveu Antônio, dono de 16 empreendimentos na cidade, que geram 600 empregos diretos.

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A VEJA RIO, Rodrigues afirmou que os bares não podem ser responsabilizados pelas pessoas que vão beber em sua porta (“os caras compram cerveja no supermercado e vão pra frente do bar, que culpa eu tenho?”), e endossou a principal reclamação de Serrado. “Não tem necessidade de vir 15 homens e mais três guardas armados com escopeta no meu bar. Ficam os caras com essas armas pesadas dentro da cozinha, pra que isso?”, pergunta-se.

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Segundo Antonio, a animosidade com que alguns fiscais trabalham não é regra, mas vem atingindo vários estabelecimentos na cidade. “Os caras estão trabalhando sob pressão, mas isso não dá a eles o direito de esculachar o meu gerente, como fizeram domingo (12), no Leblon, depois de ameaçarem interditar o bar por causa das pessoas que bebiam do lado de fora”.

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O empresário se reuniu nesta segunda (13) com o prefeito Marcelo Crivella, que prometeu rever a conduta dos profissionais da Vigilância e da Guarda Municipal. “Respeito o trabalho deles, e eles têm que respeitar o trabalho de todos nós, que geramos renda e emprego para cidade.” Procurada por VEJA RIO, a Vigilância Sanitária não se manifestou até a publicação desta reportagem.

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