Muito barulho por tudo. Os cariocas andam batendo recordes no quesito poluição sonora. Apesar do isolamento imposto pela pandemia de Covid-19, as reclamações sobre envolvendo altos decibéis mais do que triplicaram (de 7.003 para 25.620) entre 2019 e 2021. E no topo da lista dos incomodados estão os de Copacabana, bairro que teve 1.591 queixas no ano passado – contra 456 em 2019.
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A poluição sonora está em segundo lugar entre os assuntos mais relatados ao Disque Denúncia (2253-1177) desde a criação do serviço, em 1995: foram 162.371 denúncias cadastradas no estado, 60,35% delas da capital. Nos últimos cinco anos, o primeiro lugar nas queixas sobre barulho é dos bailes funk, seguidos de festas, bares, cultos religiosos e obras.
Para tentar abaixar o som alto que tanto incomoda, condomínios e associações promovem protestos e até recorrem ao Judiciário. Um dos lugares em que o barulho vem provocando reações à altura do aumento dos decibéis é Santa Teresa, bairro aparentemente calmo e cheio de antigos casarões, onde as queixas de poluição sonora saltaram de 82, em 2019, para 348, em 2021 (crescimento de 324%). Lá, os maiores problemas (ou ruídos incômodos) vem de festas e bailes funk, promovidos não só nos casarões, mas também em bares, hotéis e nas comunidades.
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Ao Globo, o presidente da associação de moradores do bairro (Amast), Paulo Saad, informou que mais de 20 locais andam tirando o som de moradores. A maioria possui alvará como ponto de referência, o que permite, por exemplo, a organização de festas e o turismo. O documento de inscrição cadastral, no entanto, veda incômodos à vizinhança, além de prestação de serviço e o exercício de atividade nesses locais. Segundo a Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop), é possível a realização de eventos com esse tipo de documento, desde que sejam solicitados alvarás transitórios para cada um. Mas Saad contesta: “Como pode uma casa ter autorização como ponto de referência e conseguir um alvará transitório para uma festa? Isso é ilegal.”