Comerciantes protestam contra privatização da Feira de São Cristóvão
Mais de 500 pessoas participaram da manifestação, e feirantes dizem que não foram consultados sobre as regras do edital de licitação
Comerciantes do Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, em São Cristóvão, realizaram uma manifestação que reuniu mais de 500 pessoas, contra a privatização do espaço, nesta terça (25). O edital de licitação para realizar a concessão à iniciativa privada foi publicado pela prefeitura na semana passada, e os manifestantes dizem que não foram consultados para a realização do processo, que, segundo eles, exclui as tradições e os costumes da feira.
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“Estamos fazendo uma manifestação ordeira pra chamar atenção do público porque esse é um processo injusto, autoritário, que não ouviu a opinião dos empreendedores. Essa licitação exclui a cultura, as tradições e os costumes. Em um futuro próximo é capaz de construir um shopping aqui, porque a empresa vai cobrar taxas altíssimas dos feirantes e a gente não vai conseguir sobreviver”, disse o empreendedor Flávio Fárney da Silva Xavier, 61 anos, do restaurante Conexão Mandacaru.
“Nós não somos contra a licitação, nem contra a terceirização ou privatização. Mas temos graves objeções pela forma que foi concebida. Nossa história não pode ser apagada em nome da modernização“, complementou.
A Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) afirmou que foi realizado um censo com os feirantes para cadastramento, além de duas reuniões com representantes dos comerciantes e artistas.
O órgão ressaltou que o edital prevê uma série de obrigações ao concessionário como: a prioridade de manutenção das atividades dos trabalhadores da feira; a montagem de um esquema que possibilite a continuação do trabalho, que são a fonte de renda dessas pessoas, durante o período de obras; e, claro, a obrigação que toda atividade realizada no local deverá ser relacionada à tradição nordestina.
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De acordo com o secretário municipal de coordenação governamental do Rio, Jorge Arraes, a intenção é investir na feira para torná-la uma âncora cultural que integre o bairro ao Porto Maravilha. O vencedor deverá investir R$ 97 milhões em intervenções durante dois anos e meio para renovar a estrutura do imóvel, o estacionamento e a praça em que está localizado. Ao todo serão 82 mil m² de área revitalizada com investimento privado. A empresa será responsável pela gestão da Feira de São Cristóvão por 35 anos.