Quem são e quanto cobram os coloristas das famosas
Nos salões de beleza mais badalados da cidade, o serviço pode custar até 1 600 reais
Quando a novela Segundo Sol chegar à próxima fase, Giovanna Antonelli vai deixar as longas madeixas castanhas para trás. Na verdade, ela ainda estará com a raiz escura, mas exibindo fios bem claros, quase platinados, nas pontas. O nome certinho da cor é loiro baunilha, mistura dos tons pérola e champanhe com leves nuances de amarelo. Foi uma escolha de Anderson Couto, que, além de ter sido o responsável pela transformação do visual da personagem, é atualmente um dos nomes mais requisitados quando o assunto é colorir cabelos (principalmente entre as famosas). Aos 40 anos, o profissional, natural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, cuida da cabeleira das atrizes Letícia Spiller, Carolina Dieckmann e Vanessa Giácomo e das apresentadoras Giovanna Ewbank, de quem é sócio no Espaço Gioh, salão de beleza no Itanhangá, Adriane Galisteu e Fernanda Lima. Some a isso um perfil no Instagram com 138 000 seguidoras, no qual são amplamente divulgados os resultados de seus trabalhos. As consequências, claro, refletem-se na sua agenda, por vezes abarrotada, e no preço: clarear, escurecer ou fazer mechas com Anderson custa 1 600 reais, sem incluir o corte, que aí sai por mais 500 reais. “Sempre faço uma coloração pensando no corte, e vice-versa, porque um pode destruir o outro. Como tenho a vantagem de executar os dois, consigo concluir a obra sem que alguém a estrague”, explica o artista.
Anderson faz parte de uma seleta lista de cabeleireiros responsáveis por transformar a coloração dos cabelos em objeto de desejo entre a mulherada. Com apenas 25 anos, o petropolitano Emerson Costa, mais conhecido como Costatto, é outro nome que vem se destacando. O jovem integrante do time do TP Beauty Lounge, no Leblon, comandado pela estrela das tesouras Tiago Parente, já fez a cabeça de Glória Maria, Vera Fischer e até de Marina Ruy Barbosa — deu uma leve descolorida nos cabelos da ruiva antes da estreia da minissérie global Justiça, em 2016. “Para chegar à cor ideal, levo umas seis horas. O processo de descoloração que uso é 100% saudável, por isso demora tanto. Em compensação, os fios ficam muito mais hidratados, macios e brilhosos do que antes”, justifica Costatto, que conta com três assistentes e chega a atender nove mulheres por dia. “Algumas clientes estão comigo há seis anos. Elas pagavam 200 reais para lavar a cabeça no tanque da minha casa e hoje deixam 2 000 reais aqui”, orgulha-se o cabeleireiro, também já famosinho nas redes sociais, seguido por mais de 170 000 pessoas. “Além de um serviço de qualidade, está embutido aí o status. Muitas querem fazer o cabelo comigo para depois tirar foto no espelho e publicar nas redes sociais”, gaba-se ele, egresso de cursos como Academia L’Oréal e Instituto Embelleze.
Com formações e técnicas variadas, essa turma acumula, inclusive, experiências internacionais no currículo. É o caso de Branca Di Lorenzo, de 58 anos, destaque na equipe do Crystal Hair, em Ipanema. Em seus 33 anos de profissão, a mineira radicada no Rio formou-se pela escola Jacques Dessange, em Paris, e passou uma temporada estagiando em Nova York. No Rio, a técnica que a consagrou colorista de famosas como Andréa Beltrão, Malu Rodrigues, Camila Morgado e Isis Valverde foi a tradicional balaiagem, feita apenas com o pincel. “Não tem aquela história de trouxinha de papel-alumínio pendurada”, diz. “Isso garante que meu trabalho fique bem natural, com mechas fininhas e sem deixar a raiz marcada”, assegura a cabeleireira. Segundo Branca, a tendência da vez são os fios mais próximos de cores naturais, além de tonalidades mais quentes para o inverno, como mel e amendoado, sucesso também entre as clientes de Costatto. Assim como acontece com seus colegas e concorrentes, as inspirações de Branca vêm das redes sociais, filmes de Hollywood, premiações do Oscar e referências internacionais do segmento. “Outro dia, uma senhorinha com cabelo curtinho e ralo veio me mostrar uma imagem da Gisele Bündchen, que era impossível de replicar”, diverte-se. Apesar dos preços, essa turma ainda não faz milagres.