Recuperação da ciclovia Tim Maia deve ser concluída até o final do ano
Prefeitura promete apresentar à Justiça laudos atestando que novas intervenções garantem segurança da estrutura, interditada desde 2019
Fechada há quatro anos, a Ciclovia Tim Maia — que liga o Leblon a São Conrado, ao longo da Avenida Niemeyer — entrou na fase final das obras de recuperação. A estrutura teve um trecho desabado três meses após sua inauguração, em 2016, e apresentou graves problemas três outras vezes até ser interditada pela Justiça, em 2019. Até o fim do ano, a prefeitura do Rio pretende garantir que ela possa ser devolvida aos ciclistas com segurança. No último domingo (3), a GEO-Rio concluiu o assentamento de seis tabuleiros (pisos) que faltavam para conectar os dois lados da pista. A partir de agora, as intervenções na via vão se concentrar na pintura e na recomposição dos guarda-corpos. Mas a data da reabertura ainda depende de uma decisão judicial.
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Além das obras, o relatório para a Justiça incluirá a proposta de um novo protocolo para a interdição da ciclovia e da Avenida Niemeyer em caso de chuvas fortes. O documento está em elaboração pela GEO-Rio e pelo Centro de Operações Rio. As regras atuais, que foram definidas antes das obras de contenção de encostas, exigem o fechamento quando as ondas ultrapassem dois metros de altura e os índices pluviométricos alcancem 20 milímetros.
“Vamos mostrar que as intervenções não se concentraram apenas na ciclovia. Realizamos 18 milhões de reais em obras de contenção na encosta da Niemeyer”, disse ao jornal O Globo a secretária municipal de Infraestrutura, Jessick Trairi. Na atual fase da recuperação da Tim Maia estão sendo gastos 5,9 milhões de reais. O projeto foi definido por técnicos da prefeitura e do Instituto de Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH). No início deste ano, o INPH construiu,em sua sede no Caju, uma espécie de réplica da ciclovia para simular o impacto das ondas na estrutura e definir as obras necessárias para deixá-la segura. No simulador, os técnicos replicaram o impacto das ondas mais fortes registradas nos últimos 30 anos no costão do Vidigal. Um dos testes reproduziu os efeitos da onda que, em abril de 2016, provocou o acidente que matou duas pessoas. O instituto concluiu que a tragédia foi provocada pela ação de uma única onda formada em alto-mar, que, ao bater no costão, se dividiu em três partes. Cada uma delas atingiu a ciclovia por ângulos distintos, levando à queda de parte da estrutura.
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Não foi o único acidente grave. Em 2018, houve um afundamento em São Conrado. E em fevereiro de 2019, após um forte temporal, a estrutura foi atingida por pedras que caíram da Avenida Niemeyer. Dias antes, em outro deslizamento, duas pessoas que estavam dentro de um ônibus morreram. Após essas duas quedas, a Justiça determinou a interdição da ciclovia. A própria Avenida Niemeyer também ficou fechada por quase um ano, até que, após fazer obras, a prefeitura conseguiu a liberação em um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).