A inauguração, no último dia 17, um domingo, foi festiva. Tomado pelo público, o trecho de ciclovia com 3,9 quilômetros de extensão, que liga o Leblon a São Conrado, arrancou elogios variados. Visitantes e autoridades ressaltaram, entre outros atributos, a beleza do cenário atravessado pela nova via e a conexão ecologicamente correta estabelecida entre os dois bairros. Na última semana, porém, o ufanismo sobre duas rodas acabou atropelado pelas primeiras notícias de assaltos. Negativa, desta vez, a repercussão deu-se na base do boca a boca. Não foram registradas queixas na 15ª DP, a delegacia da Gávea, mas a descrição dos casos de violência na pista recém-aberta serviu para assustar muita gente, deixou eufórica a turma do “eu avisei” e levou ao reforço do policiamento na região. Às acusações de que a ciclovia tem falhas de planejamento, como poucas saídas ao longo do trajeto, a Secretaria Municipal de Obras responde informando que foram construídos onze acessos e há ligações com a Avenida Niemeyer a cada 350 metros. Orgulho da atual gestão, iniciativa louvada e questionada pelos cariocas, a malha cicloviária da cidade já chegou aos 440 quilômetros de pista e vai crescer. A prioridade, agora, é a ligação entre a Praça Saens Peña, na Tijuca, e a Praça XV. Outro trajeto, de São Conrado à Barra, está em fase de finalização e vai permitir o passeio do Leme ao Pontal. Explica-se, assim, o nome dado ao trecho na Niemeyer — Ciclovia Tim Maia, homenagem ao glorioso cantor, autor do hit Do Leme ao Pontal, que não foi visto andando de bicicleta nem quando, garoto, ajudava no sustento da família entregando marmitas. Curiosidade: Tim (1942-1998), rei da black music brasileira, também compôs Batata Frita, o Ladrão de Bicicleta, faixa do disco homônimo que lançou em 1976.