Ela é linda, simpática, jovem e casada com o patrão ? Felipe Bronze, eleito o chef do ano pela terceira vez consecutiva. Os atributos em julgamento, no entanto, são outros. Para conquistar o troféu, a sommelière concorreu com seis engravatados colegas. Os homens são maioria nessa carreira, que exige muito estudo, organização, faro e paladar apurados, além da capacidade quase mediúnica de antecipar gostos e vontades dos clientes. Natural de Mendoza, a principal região vinícola da Argentina, e radicada no Rio desde 2008, Cecilia Aldaz fez cursos na seção carioca da Associação Brasileira de Sommeliers e trabalhou no restaurante espanhol eñe antes de chegar ao Oro. No salão do Jardim Botânico, ela tem atuação fundamental. Circula com desenvoltura, fazendo também a função de maître (ou melhor, maîtresse d?hôtel), explicando pratos e coordenando a equipe. Em seu papel principal, sobressai pela ousadia. Com frequência, no meio do percurso Cecilia surpreende com um copo de cerveja artesanal no lugar do vinho. Em outro momento, troca a taça de um tinto por um cálice de saquê. Tira o melhor de cada país ? essa aptidão é notável nos rótulos da África do Sul ? e brinda o cliente com raridades fantásticas, a exemplo de um inesquecível chardonnay da Califórnia, safra 1996, um branco com porte de vinho de guarda. Tanto talento tem seu preço: incluídas as bebidas da harmonização que acompanha cada opção de menu fechado, o valor do jantar varia de R$ 265,00 (cinco etapas) a R$ 690,00 (21 etapas, preparado apenas sob reserva). Um luxo, a experiência potencializa de forma única sabores e surpresas proporcionados pelas receitas do chef Bronze.