Nada para comemorar: casos de violência contra a mulher sobem 45% no Rio
Estudo da Rede de Observatórios da Segurança divulgado nesta segunda (6) reuniu números de sete estados. Números devem ser bem maiores, diz coordenadora
Um estudo sobre a violência contra a mulher no país revelou que o Rio apresentou uma alta de 45% em um ano. O relatório: “Elas vivem: dados que não se calam”, da Rede de Observatórios da Segurança, foi lançado nesta segunda (6) e mostra números alarmantes em sete estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
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O Rio chegou a registrar ao menos um caso de violência contra a mulher a cada 17 horas, e casos de violência sexual praticamente dobraram, passando de 39 para 75, com episódios de repercussão nacional, como o estupro de uma parturiente cometido pelo anestesista.
Coordenadora da rede e pesquisadora, Edna Gajop frisa que os números da violência contra mulheres devem ser bem maiores, porque o crime ainda é invisível. E listou situações que podem estar relacionadas a esse aumento, como a maior facilitação da circulação de armas nos últimos nos, o aprofundamento da crise econômica e social vividas na pandemia, a exposição destas mulheres aos seus algozes dentro de suas residências e o desmonte de uma rede de acolhimento e atendimento à mulher.
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“São vários casos acompanhados de mulheres que iam denunciar, e na própria delegacia eram desestimuladas e incentivadas à voltar para casa e a colocar panos quentes. E a gente sabe o quanto isso é danoso e reforça uma situação de violência vivida por ela”, pontua Edna Gajop.
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No país, a Rede de Observatórios da Segurança registrou 2.423 casos de violência contra a mulher nos estados que estão no relatório. Ou seja, a cada quatro horas ao menos uma mulher foi vítima de violência. Pela primeira vez, Maranhão e Piauí também foram monitorados. Entre os casos registrados, 495 são feminicídios, ou seja, uma mulher morre por ser mulher a cada dia.
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