Caso Marielle: PF prende mecânico acusado de ‘desmanchar’ carro do crime
Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, foi acusado em delação de Élcio de Queiroz, que dirigiu o veículo na emboscada à parlamentar e ao motorista
Dono do ferro-velho que desmanchou o Cobalt prata usado pelos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes, Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, foi preso na noite desta quarta (27). Com base na delação do ex-PM Élcio de Queiroz, réu no duplo homicídio por ter dirigido o o veículo no dia da emboscada, agentes da Polícia Federal e do Ministério Público, conseguiram um mandado de prisão contra Edilson. Ele foi detido próximo a sua casa, em Duque de Caxias.
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Segundo a investigação, Orelha impediu e atrapalhou as investigações ao destruir o carro usado no atentado em um desmanche no Morro da Pedreira, na Zona Norte. Orelha era conhecido de Ronnie Lessa, que atirou contra as vítimas, e Élcio de Queiroz. Segundo a delação premiada de Élcio, os dois precisavam se livrar do veículo e foram para o Méier esconder o Cobalt na casa do irmão de Lessa. Lá, pediram ajuda ao ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, que conhecia Edilson, dono de um ferro-velho no Morro da Pedreira, na Pavuna, na Zona Norte.
Baseados na delação de Élcio, MP e PF confirmaram a participação de Edilson. Lessa e Suel levaram o carro para o dono do ferro-velho do Méier até o ponto de encontro, uma praça na Avenida dos Italianos, em Rocha Miranda, na também na Zona Norte, no dia 16 de março de 2018. Ambos quebraram a placa do carro em pedaços, jogando-os na linha do trem que passa ali perto.
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O Cobalt usado na emboscada, no dia 14 de março de 2018, tinha placas clonadas. Com a ajuda de Edilson, o veículo nunca foi encontrado. Durante as investigações, iniciadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), mas que agora estão a cargo da Polícia Federal, 443 veículos Cobalt de cor prata, com as mesmas características do carro usado no crime, foram analisados.