Após impasse, cartão Jaé vai substituir Riocard em fevereiro de 2025
Sistema de bilhetagem é responsável por 1% das viagens de ônibus, embora previsão fosse de que todos os passageiros viajassem com ele desde fevereiro deste ano
O Jaé só vai ser o meio de pagamento de passagens no transporte público municipal do Rio — o que inclui ônibus, BRT, VLT, vans legalizadas e os chamados cabritinhos – em 1º de fevereiro de 2025. Embora pelo cronograma inicial anunciado pela prefeitura o novo sistema de bilhetagem já devesse estar atendendo a todos os passageiros desde fevereiro deste nao, a estimativa é que apenas 1% dos embarques sejam feitos hoje com o cartão, por conta de dificuldades encontradas para a implementação do serviço.
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“Houve várias modificações ao longo do projeto. A gente previa que os validadores seriam instalados pelos operadores, mas houve uma mudança sobre isso, e a gente assumiu. Hoje 100% dos ônibus, BRTs e VLT estão equipados com os validadores, e cerca de 70% das vans e cabritinhos. Não adiantava a gente correr, estimular o uso e não ter os equipamentos. A nossa preocupação sempre foi fazer com que essa transição fosse a mais tranquila possível para o usuário”, disse ao jornal O Globo Maína Celidonio, secretária municipal de Transportes.
Entre os próximos passos para o avanço do Jaé, as empresas serão orientadas a procurar a concessionária do Jaé a partir de outubro para se informar sobre o cadastramento do vale-transporte de seus funcionários no novo sistema. No caso do Bilhete Único Intermunicipal (BUI), mesmo ainda sem um acordo entre a prefeitura e o governo do estado para que o Jaé seja aceito em outros modais — como trens, metrô, barcas e ônibus intermunicipais —, o município afirma que a tarifa diferenciada será respeitada. Para ter direito ao benefício, no entanto, o usuário deverá cadastrar biometria facial em uma das 12 lojas do Jaé na cidade a partir de 1º de novembro.
Já as integrações intermunicipais exigirão que o usuário use os dois cartões: o Riocard para passar no modal intermunicipal e o Jaé para o transporte do município. Isso enquanto estado e município não se acertam. A Secretaria estadual de Transporte e Mobilidade Urbana esclarece que, “por se tratar de um novo sistema, diferente do já praticado, é necessário um minucioso trabalho de ajuste técnico para garantir efetividade nas transações. A pasta está trabalhando junto à prefeitura do Rio para enfrentar os pontos necessários à integração”.
Os demais benefícios, como gratuidade para estudantes e PCD, por exemplo, também serão mantidos mediante cadastro via aplicativo e posterior retirada do cartão nas respectivas instituições de ensino ou saúde. Até a mudança, a Riocard Mais informa que está mantendo o atendimento a todos os alunos da rede de educação pública e estudantes universitários que se beneficiam da gratuidade em ônibus e vans municipais, BRT e VLT. “Com o retorno às aulas após o recesso escolar, mais de 320 mil cartões dos tipos Escolar e Universitário foram reativados para garantir o acesso ao transporte público por estudantes de escolas municipais, estaduais e federais e de instituições de ensino superior. Em junho, antes das férias, foram realizados 4,7 milhões de embarques com os cartões escolares e universitário”, diz, em nota. No caso de idosos, o benefício é reconhecido automaticamente mediante o número do CPF.
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O Jaé foi criado para substituir o Riocard, controlado pelos empresários de ônibus. O município alegava que o modelo atual seria uma caixa-preta porque, ao mesmo tempo em que operam a circulação dos ônibus, os donos de empresas controlam a arrecadação, o que poderia facilitar a falta de transparência. Por contrato, a empresa vencedora da concessão para operar o Jaé deveria ter assumido 100% das operações na cidade no dia 19 de julho – 18 meses após o início da concessão. Nessa data, a prefeitura também deveria ter recebido 50% do valor da outorga, estimado em cerca de R$ 50 milhões. No entanto, o sistema ainda não foi implantado, e o município não recebeu o montante previsto. “A concessionária pediu uma postergação da outorga. O município ainda não tem uma decisão, isso está sendo analisado juridicamente, esse pleito foi protocolado na semana passada. A Procuradoria Geral do Município está analisando, é um rito administrativo. O jurídico verá à luz do contrato se esse pleito deles é de fato válido ou não”, explicou Maína Celidonio, na mesma entrevista.
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