Carta ao leitor: Bienal do Livro representa janela para outros mundos
Calcada no conceito de parque da leitura, o encontro literário aposta em experiências memoráveis para prender a atenção dos jovens em sociedade hiperconectada

“Quem gosta de ler não morre só”, disse, com a lucidez dos sábios, o dramaturgo paraibano Ariano Suassuna (1927-2014), autor de preciosidades como o Auto da Compadecida e O Casamento Suspeitoso. Quarto maior evento do calendário cultural da cidade, perdendo apenas para o Réveillon, o Carnaval e o Rock in Rio, a Bienal do Livro ocupa o Riocentro por dez dias, a partir de 13 de junho. A expectativa é reunir 600 000 apaixonados pela leitura. Nos diversos palcos estarão 350 autores nacionais e estrangeiros, a exemplo do imortal da Academia Brasileira de Letras Ailton Krenak e do argentino Pedro Mairal.
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Apesar dos números superlativos, o desafio é proporcional: no ano passado, o percentual de não-leitores chegou a 53% no país. O evento, então, aumentou de tamanho e se desdobra para oferecer experiências múltiplas para encantar adultos e crianças, desde que calcadas no prazer da leitura, que escancara portas e janelas para novos mundos. Esse é o assunto da reportagem de capa desta edição, assinada por Paula Autran.
Também percorremos a orla do Rio após o vai-num-vai do decreto de ordenamento. Eduardo Paes recuou em relação aos pontos mais sensíveis, mas há mudanças nas areias. Com músicas que atravessam gerações, Cazuza (1958-1990) é celebrado em exposição imersiva no Shopping Leblon, e sob a lua cheia, chefs capricham em menus para o Dia dos Namorados. Falando em belas paisagens, no alto do Morro da Urca, o festival Noites Cariocas relembra a década de 1990 com muito axé e MPB. Boa leitura!