Carioca nota dez: Pedro Geromilich

O professor Pedro Geromilich criou um projeto que distribui livros gratuitamente nas ruas da cidade

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 12h49 - Publicado em 30 jul 2014, 17h03
Felipe Fittipaldi
Felipe Fittipaldi (Redação Veja rio/)
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Filho de um professor de história e formado em geografia, Pedro Geromilich, de 33 anos, tem forte ligação com os livros desde a infância. Conforme foi ficando mais velho, entretanto, sua paixão começou a ir além de desfrutar a coleção de 3?000 volumes que tinha em casa. Ainda estudante, ele passou a nutrir o desejo de espalhar o hábito da leitura entre as pessoas que não tinham acesso às obras de que tanto gostava. O empurrão para pôr seus sonhos em prática veio por meio de uma reportagem sobre um movimento denominado Bookcrossing. Criado em Nova York, o projeto estimula as pessoas a deixar um livro em um lugar movimentado para que ele possa ser resgatado por outro leitor. “Comecei a imaginar, então, como poderia adaptar a ideia à realidade carioca.” Assim nasceu o Livro de Rua, iniciativa que monta bibliotecas a céu aberto, em que interessados podem pegar exemplares gratuitamente, sem a necessidade de devolvê-los depois. A primeira edição aconteceu em dezembro de 2008, no bairro de Imbariê, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, uma área notória pela carência de opções culturais voltadas à população que vive ali. Na ocasião, foram distribuídos 600 livros ? grande parte proveniente da coleção do pai de Pedro, além de exemplares doados por professores e amigos.

“As pessoas não acreditam que podem pegar os livros e levar para casa, sem pagar nada”

Ao longo dos últimos cinco anos, o Livro de Rua já distribuiu mais de 100?000 exemplares, em eventos regulares que acontecem em Copacabana, no Leme e em Anchieta, bairro da Zona Norte onde Geromilich mora. O projeto também faz edições itinerantes e já visitou comunidades como Vila Cruzeiro, Complexo do Alemão, Rocinha e pontos de grande circulação, como a Central do Brasil. “Por todos os lugares que passamos as pessoas têm a mesma reação. Em um primeiro momento, elas não conseguem acreditar que podem simplesmente pegar os livros e levar para casa, sem pagar nada”, comenta o idealizador da iniciativa. A cada edição do projeto são promovidas ainda sessões de leitura de poesia e com contadores de histórias. “Eu já fico feliz só de pensar que estou deixando algum legado para a educação do Rio”, diz o professor, que recentemente firmou parcerias com a prefeitura, o governo estadual e agora busca associações com empresas para levar cada vez mais livros a mais leitores.

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