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Bate-papo com Capital Inicial

A banda se apresenta neste sábado (24) no Rock in Rio, mas antes responde às perguntas enviadas pelos leitores de VEJA Rio

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 16h01 - Publicado em 23 set 2011, 18h27
Divulgação
Vocalista do Capital Inicial canta clássicos do Rock no Boulevard do Rock District (Redação Veja rio/Divulgação)
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1 – Neste Rock in Rio, o Capital Inicial pretende inovar e arriscar ou mostrar o antigo bem feito? Poderiam dizer qual será a música de abertura do Rock in Rio 2011? (Mara Cosentino e Rodrigo de Freitas Castro)

Dinho: Vamos fazer um pouco dos dois. Vamos fazer um tributo ao Aborto Elétrico, cujo fim completa 30 anos agora, incluindo algumas coisas que não tocávamos há séculos. Essa parte vai ter uma versão de uma canção clássica do punk inglês. Vamos também tocar músicas do disco novo. Além disso, refizemos nosso cenário, o conteúdo dos telões e a nossa iluminação. O show, tanto as canções quanto o aspecto visual, ficou mais nervoso. Dito isso, inevitavelmente algumas músicas são obrigatórias. Se não as tocarmos, nos matam. A música que abre o show é Como se Sente.

2 – Qual é a expectativa de vocês em relação ao Rock in Rio deste ano? O que vocês esperam dele comparado ao de 1991? (Giselle Kawanee, Aline Rodrigues e Regina Nascimento)

Dinho: Nós costumamos ser cautelosos, não rola o ?já ganhou?. Nos comportamos assim em 91, e tivemos uma imensa surpresa. No festival passado, o Capital tinha lançado o Acústico havia sete meses e as coisas estavam começando a pegar fogo. O Rock in Rio jogou gasolina na fogueira. Dessa vez, dez anos e seis discos depois, muita coisa mudou. Se naquele momento estávamos vindo de um disco estrondosamente bem sucedido comercialmente, dessa vez estamos vindo de um disco muito e unanimemente elogiado pela crítica. Pode parecer pouco e banal, mas você receber elogios de todos os grandes jornais e revistas, a essa altura de sua carreira, é uma delícia. Me parecem dois bons momentos, mas diferentes. De qualquer forma, reiterando, subiremos ao palco com cautela.

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3 – Vocês estão planejando gravar CD e DVD novos? O que vem por aí e qual é a previsão? Contem um pouco sobre os projetos da banda e se o estilo musical vai mudar! (Ana Luiza, Jú Novodworski, Mayara Toni e Géssica Fong)

Dinho: Sim, já estamos preparando o disco novo. Devemos começar a ensaiar em novembro e a gravar em fevereiro ou março. Eu gostaria de repetir a sonoridade do Das Kapital, então provavelmente trabalharemos com o David Corcos de novo.

4 – Quem teve a ideia de formar a banda e de onde veio o nome Capital Inicial? (Camila Milani Carrobrez e Carla Petró)

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Dinho: A banda foi formada pelo Fê Lemos, Loro Jones e Flávio Lemos. Eu entrei um ano depois. O nome, reza a lenda, foi sugerido pela ex-mulher do Fê, a Inês.

5 – Dinho, o novo CD Das Kapital ajudou você a encarar e a desabafar sobre o que sentiu em relação ao seu acidente, tanto fisicamente quanto psicologicamente? (Lis Magalhães)

Dinho: Acho que o acidente me mudou, possivelmente para sempre. O Das Kapital tem uma melancolia que eu vejo também nas coisas novas que estão saindo.

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6 – “O que você faz quando ninguém te vê fazendo? O que você queria fazer se ninguém pudesse te ver?” (Alessandra Souza Chaves Sandra)

Dinho: Ouço Lady Gaga. Tô de sacanagem. Na realidade, não me considero muito dissimulado, sou bastante franco e tento fazer tudo que me dá vontade. Mas, assim como todos nós, reconheço que talvez eu precisasse de muita psicanálise para admitir segredos e desejos profundamente escondidos nas curvas e dobras do meu cérebro. Essa é a graça da letra. A maior parte de nós não sabe ou não consegue responder a pergunta.

7 – Quais são as maiores diferenças da banda quando gravou o primeiro LP, Capital Inicial, e hoje depois de ter lançado o Das Kapital? (Renata Pinto)

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Dinho: O primeiro disco foi feito quando éramos moleques. Não tínhamos planos ou ambição. Era algo absolutamente ingênuo e inocente. Hoje já gravamos 15 discos (eu acho) e aprendemos como tocar e como funciona o nosso mundinho. A ingenuidade evaporou e nos tornamos mais céticos. Acho que eu poderia dizer que no passado era só coração, enquanto hoje é coração e cérebro. Espero que dois órgãos nos tornem artistas melhor do que só um.

8 – Existe alguma música que a banda não gosta de tocar? (Mariana Jesus)

Dinho: Em geral as que tocam muito no rádio me enchem o saco. Eu não conseguia ouvir Música Urbana durante anos, por exemplo. O porquê é o exagero, o massacre. Já tá começando com Natasha e Primeiros Erros. Quem sabe se depois do festival não damos um tempo para elas também… Mas isso sou eu. A banda tende a gostar de tudo.

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9 – Depois de 20 anos de carreira, onde vocês ainda buscam inspiração para seguir com a brilhante carreira? (Vinicius Chaves)

Dinho: Eu nunca paro de compor. Tenho sempre um violão e papel por perto, virou hábito. E a inspiração vem de todos os lados: filmes, notícias de jornais, livros, conversas, reflexões etc. O mundo é imenso e inspiração não falta. Quando faltar, eu me aposento.

10 – Vocês são músicos maduros e já conquistaram muita coisa, mas qual é o sonho do Capital Inicial hoje? (Virgínia Viana)

Dinho: Acho que o que todos na banda querem são turnês mais confortáveis. Não se surpreendam se começarem a surgir boatos de camarins com exigências extravagantes. (risos)

Acompanhe a cobertura completa dos sete dias de festival na página especial de VEJA Rio

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