Bicentenário de Martins Pena é lembrado com programação cultural
Data é lembrada em exposição, seminário e peça. Mas a escola que leva seu nome, em crise, fará um modesto sarau
O diplomata, dramaturgo e crítico teatral Luís Carlos Martins Pena (1815-1848) viveu pouco — apenas 33 anos —, mas revolucionou o teatro ao introduzir a comédia de costumes no Brasil. Considerado o Molière (1622-1673) brasileiro, o autor carioca retratava a sociedade e suas instituições da época abordando temas como a carestia, a corrupção das autoridades públicas e a exploração religiosa. Assuntos ainda atuais (basta acompanhar o noticiário), mesmo depois de 200 anos do nascimento de Pena, completados no dia 5 de novembro.
Para comemorar a data, o Sesc promove o evento Martins Pena: 200 Anos de Histórias (confira abaixo), com exposição, teatro e seminários. Já a instituição que leva seu nome, Faetec Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena, luta para superar a crise que atravessa e homenagear o autor, que também é patrono da Academia Brasileira de Letras. “Vamos fazer um sarau ainda em novembro”, promete o diretor Marcelo Reis, que assumiu o cargo em agosto, em meio ao caos que ia da falta de professores à má conservação do casarão onde a escola funciona desde 1950. Segundo Reis, os problemas estão sendo sanados. Professores de outras instituições foram chamados para que o ano letivo pudesse ser concluído e haverá concurso público. Também estão nos planos a construção de dois andares no anexo (inaugurado em 2007), a restauração do casarão, o aumento no número de alunos, de 250 para 450, e a abertura de cursos, entre outras medidas. Tomara que na próxima efeméride envolvendo o escritor a casa que leva seu nome consiga comemorar com toda a pompa.