Após falsos nudes, pais de vítimas e direção de colégio irão à polícia
Alunos do Santo Agostinho da Barra são suspeitos de usar inteligência artificial para simular nudez de colegas
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) já identificou parte dos suspeitos de usar uma ferramenta de inteligência artificial para criar fotomontagens de colegas nuas. O grupo de estudantes do Colégio Santo Agostinho da Barra, entre o 7º e o 9º ano, teria usado um aplicativo para colocar o rosto de alunas em corpos nus, ajustando os seios, glúteos e partes íntimas de acordo com cada uma. As imagens foram disparadas em grupos de whatsapp. Os responsáveis das alunas vítimas das fotomontagens são esperados para depor nesta segunda (6) na DPCA, no Centro. Na terça (7) será a vez de a direção do colégio prestar esclarecimentos. O inquérito está sob sigilo por se tratar de menores de idade.
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Caso o crime seja confirmado, os alunos responderão como menores infratores por “simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica, por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual”, previsto no Art. 241C do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena varia de um a três anos de reclusão e multa.
Em uma rede social, o Santo Agostinho publicou um vídeo em que a mensagem “Estamos juntos” é colada em diferentes espaços da escola. O texto agradece o apoio da comunidade escolar em relação ao caso e afirma que a instituição colabora com a apuração em andamento.”Gostaríamos de agradecer o apoio e a solidariedade que têm chegado ao Colégio e à comunidade educativa. Reiteramos que continuamos atentos, colaborativos com a apuração em andamento e, em primeiro lugar, prestando assistência e acompanhamento aos alunos. O foco é o bem-estar de todos e, para isso, todas as providências necessárias estão sendo tomadas. Não pouparemos esforços! A mensagem que nossos jovens necessitam ter é de segurança na garantia de seus direitos pelas instituições competentes, confiança no apoio prestado e nas ações feitas no seu tempo devido. Estamos juntos!”, diz o texto.
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“Como ex-aluna essa mensagem me constrange, o colégio se vitimiza já no início do texto, não dando protagonismo às verdadeiras vítimas dessa história, que foram as mais de 20 meninas que tiveram seus corpos injustamente violados e continuaram sendo obrigadas a conviver com os meninos que cometeram esse crime”, comentou uma internauta. “Sou ex aluno e essa mensagem só reforça minha decisão de NÃO colocar meus filhos nesse ambiente. O colégio se posiciona como se esse fosse a vítima, e coloca o “bem estar de todos” como prioridade. Todos quem? As vítimas e os agressores estão no mesmo patamar?”, manifestou-se outro. “Os alunos envolvidos já sofreram punição por parte de suas famílias e também do colégio, que decidiu suspendê-los. Vale ressaltar que os pais dos meninos foram os primeiros a entrar em contato com as famílias das meninas e reconhecer o que os filhos fizeram. Estes pais também procuraram a Polícia, se disponibilizando a contribuir para o caso, não escondendo nada”, diz outro comentário.