Crise na Gávea: moradores acionam Ministério Público contra barulho de eventos no Jockey
Segundo Amagávea, incômodo é excessivo e constante. Prefeitura diz que faz fiscalizações constantes no local, tendo autuado e interditado estabelecimentos
Durma-se com um barulho destes: depois de terem sem livrado das segundas sem lei, no fim dos anos 1990, os moradores da Gávea agora são importunados por som alto de terça a domingo. Segundo o advogado da associação de moradores do bairro (Amagávea), Alexandre Magalhães, o incômodo agora vem do Jockey Club Brasileiro. “O problema é constante e vem de antes da pandemia. Mas a partir de julho do ano passado aumentou muito. Estabelecimentos que funcionam lá dentro, mais especificamente o Bosque e o Mandarim, passaram a utilizar seus espaços externos para promover eventos com DJ e música ao vivo que muitas vezes começam à tarde e se estendem pela madrugada”, denuncia ele, acrescentando que o próprio Jockey passou a alugar seu espaço para terceiros realizarem festas e eventos, inclusive instalando palcos para shows sem tratamento acústico e recebendo cerca de 15 mil pessoas.
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A denúncia foi levada ao prefeito Eduardo Paes e ao secretário municipal de Governo e Integridade Pública, Marcelo Calero, em novembro, e no mês passado foi encaminhada ao Ministério Público. “A prefeitura até agora não tomou qualquer providência, inclusive continua apoiando os eventos realizados no Jockey. Mas o MP já está intimando as partes para apurar os fatos”, diz Magalhães, já preocupado com a quantidade de festas agendadas no período pré-carnavalesco e com o festival Mita, marcado para maio, que deve atrair 25 mil pessoas para shows como os de Gilbert0 Gil e Marcelo D2. “Imagina a importunação que isso vai provocar. O barulho é excessivo, constante e permanente. Um desrespeito enorme! Aquele é um espaço que deveria ser destinado ao turfe. Mas esse abuso que vem se sucedendo há anos, em detrimento do patrimônio e da saúde da vizinhança”.
Através da Secretaria de Ordem Pública (Seop), a prefeitura enviou nota informando que, ao longo de 2021, realizou fiscalizações constantes em estabelecimentos situados dentro do Jockey Club Brasileiro, com alguns sendo notificados, autuados e, inclusive, interditados. “O próprio JCB foi notificado pela Seop. Em 2022 as fiscalizações seguirão ocorrendo de forma rotineira“, diz o documento.
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Também em nota, o Jockey Club informa que foi notificado pelo Ministério Público apenas nesta quinta-feira (6), e esclarece que prestará todas as informações pertinentes: “Sobre os eventos citados na denúncia, o JCB esclarece que os mesmos são realizados por terceiros, e que na qualidade de locador dos espaços fiscaliza o cumprimento das obrigações previstas em contrato e, em caso de falta, há aplicação das penalidades cabíveis“. Procurados, os estabelecimentos acusados pelos moradores de estarem provocando os transtornos ainda não se manifestaram.