Nascido em Belém do Pará, Aluísio Carvão (1920-2001) radicou-se no Rio no fim dos anos 40, atraído por uma bolsa destinada a professores de arte. No início da década seguinte, encontrou seu norte no curso que o pintor Ivan Serpa ministrava no Museu de Arte Moderna. Ao lado de colegas como Carlos Val, Décio Vieira, Lygia Clark e Lygia Pape, além do próprio Serpa, integrou a primeira leva do Grupo Frente, marco do movimento construtivista no Brasil, caracterizado pela pesquisa em torno da linguagem geométrica. Em 1959, ele consolidou sua filiação aos princípios concretistas ao assinar o Manifesto Neoconcreto, escrito por Ferreira Gullar. Um panorama da produção desse importante artista é apresentado em Aluísio Carvão ? Mestre das Cores, retrospectiva com 74 peças que abre na quinta (22), na Caixa Cultural.
Na seleção, a curadora Denise Mattar priorizou a pintura, parte mais significativa da trajetória de Carvão. Nessa linha estão presentes óleos como Composição (1953) e Cornucópia (1955), da sua fase concretista, e sete pinturas da série Pipas, que ele apresentou na Bienal Internacional de São Paulo em 1983. Como o nome da exposição indica, a maioria das obras tem cores fortes ? característica que se acentua em seus trabalhos da década de 90, boa parte sem título. Além das telas, o acervo conta com obras de sua fase neoconcreta ? como Cubocor (1960) e Cerne-Cor (1961), feitas com objetos como tampinhas de garrafa e placas de metal ? e com revistas e capas de livros ilustradas pelo artista.
Aluísio Carvão. Caixa Cultural ? Galeria 3. Avenida Almirante Barroso, 25, Centro, ☎ 3980-3815, ? Carioca. Terça a domingo, 10h às 21h. Grátis. Até 13 de janeiro. A partir de quinta (22). www.caixacultural.com.br.