Fenômeno climático típico dos meses mais frios do ano, as ressacas são parte da rotina dos cariocas. Isso não impede que se transformem em verdadeiros transtornos cada vez que acontecem. Apenas neste ano, foram sete episódios, sendo dois com ondas de até 5 metros. Em um deles, ocorrido no Dia das Mães, três pessoas (um pescador e duas mulheres que fotografavam o oceano agitado) foram arrastadas na Joatinga e morreram afogadas. Algumas semanas depois, uma nova borrasca atingiu a orla de Niterói, com a água do mar chegando ao asfalto, invadindo garagens, destruindo trechos do calçadão e assustando os pedestres. Tais cenas de terror não devem mais se repetir. A partir do próximo mês, um equipamento instalado em Cabo Frio, conhecido como boia oceanográfica, ajudará a prevenir ocorrências semelhantes com até três dias de antecedência. “Estamos preparados para prever catástrofes e avisar à população o mais rapidamente possível”, diz Sônia Cavalcante, oceanógrafa da Marinha e uma das responsáveis pelo artefato (veja ao lado como ele funciona).
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Ancorada a 5 quilômetros da praia de Arraial do Cabo, a boia monitorará as condições climáticas e meteorológicas em um raio de até 500 quilômetros da costa fluminense. Primeiro aparelho desse tipo no estado, a peça, que tem 3 metros de diâmetro e 2 de altura, se juntará a outras três em funcionamento nas cidades de Rio Grande (RS), Florianópolis (SC) e Santos (SP). Muito utilizadas no exterior para detecção de tsunamis e furacões, são movidas a energia solar e ajudam a medir a poluição do mar. No Rio, a ideia é montar uma rede com oito delas, entre o Leme e o Pontal, até 2016. Apesar da tecnologia, não dá para garantir uma Olimpíada com ondas baixas e mar cristalino. Mas é possível diminuir os sustos.