Diluir para continuar: drinques leves e refrescantes, a nova onda mundial
Comidas saudáveis e rotina mais esportista e sustentável... vem aí o novo lifestyle da vez
Drinques mais leves, frescos e refrescantes, comidas saudáveis e rotina mais esportista e sustentável. O novo lifestyle mundial
Há quem diga que o Rio de Janeiro é o grande “influencer” brasileiro da moda, música e do lifestyle saudável. Uma orla com mais de 200 quilômetros de extensão realmente nos incentiva a buscar no ar livre uma vida mais saudável e por que não dizer sustentável?!
Viver no Rio é um privilégio quando o assunto é natureza. Aqui temos cascatas ao alcance do corpo, praias maravilhosas, água de coco, caminhadas na Lagoa Rodrigo de Freitas e muito, mas muito ar fresco. A geografia da cidade maravilhosa é exuberante e muito verde. Viver na capital fluminense é um convite ao exercício físico e mental. Como não aplaudir o pôr de sol das pedras do Arpoador, após uma bela caminhada pela orla entre Ipanema e Leblon? O carioca é de longe o povo mais descolado do Brasil. Aqui nasceram marcas nacionais de sucessos e todas elas têm algo em comum: o colorido da cidade abençoada pelo Redentor. Há tempos que este lifestyle tem influenciado nossa gastronomia. Não é de hoje que bares e restaurantes apostam cada vez mais nesta leveza em pratos e drinques.
Pratos menos calóricos, bebidas sem açúcar, comidas coloridas e saudáveis, sem deixar de comer o que se gosta. Nada tem a ver com comida vegana/vegetariana (cada dia com mais adeptos). Os amantes da noite carioca exigem experiências mais saudáveis e sustentáveis. Esta nova onda de consumo acontece principalmente na coquetelaria. Coquetéis menos alcoólicos, mais saborosos, coloridos, refrescantes e zero açúcar. Os motivos para as mudanças de comportamento são vários: o principal deles é a redução alcoólica. A moçada da night tem preferido consumir drinques mais leves e sem açúcar. Talvez este seja um dos segredos para a grande decolada do GIM. Gim-tônica é, sem dúvida, o drinque mais vendido na atualidade. Mas pera aí: que loucura é essa? Gim tem uma graduação alcoólica normalmente maior que qualquer outra bebida destilada e mesmo assim é a menina dos olhos de bartenders e consumidores mundo afora? Que contraponto é esse, afinal?
A explicação tem várias vertentes. Nem todo mundo concorda com isso, mas é unânime que o fato de o gim ter sabores cítricos e florais, misturados em grandes quantidades de água tônica sugar free, tem satisfeito o paladar de quem quer curtir um drinque saudável, menos alcoólico e surfar as tendências atuais. Eu, particularmente não atribuo que G&T seja somente uma onda ou até mesmo modismo. Esta invenção inglesa já atrai adeptos há muitas décadas. A grande diferença é que o gim sempre foi demonizado pela sua graduação alcoólica. Ao gim sempre foram atribuídos adjetivos pejorativos, como bebida de alcoólatras, bebida de velho e por aí vai. Realmente, o gim tem muitas variações alcoólicas que podem deixar você muito louco se consumir sem nenhuma responsabilidade. Dry Martini é o pai dos coquetéis e leva, em sua composição, 100ml de gim gelado e algumas gotas de vermute. É um dos drinques mais apreciados do planeta, porém, é indicado beber no máximo dois por noite. Provavelmente você não vai lembrar do terceiro.
Os adeptos da coquetelaria diluída não bebem para ficar bêbados. Estes consumidores fazem do álcool um estilo de vida, um consumo de celebração, de felicidade e de conquista. Dificilmente estes consumidores bebem mais do que três, quatro, talvez cinco drinques em uma única noite. Se isso acontecer, os drinques são bem diluídos e o espaçamento de tempo entre um e outro é grande e regado a consumo de muita água e de alguma comida. Todo consumidor de álcool que se preze teve uma, duas, três, dez ressacas no dia seguinte. Isso é totalmente normal e aceitável. O que se procura hoje é uma experiência etílica divergente disso. Sair, beber bem, conhecer pessoas e ao amanhecer buscar o sol para se exercitar, e não correr para o banheiro em busca de medicamentos que possam trazer alívio ao sambódromo cerebral.
Drink com gin, por favor!
O gim conquistou a moçada. Beber gim é cool, é estabelecer que você está totalmente antenado ao que acontece ao seu redor. O drinque pode ser qualquer um, desde que feito com gim. Não é a toa que, nos últimos anos, as marcas de gim triplicaram. Até mesmo quem nunca experimentou um gim-tônica e não sabe que seu paladar principal dá destaque ao amargor se rende ao consumo. O mercado que mais cresce no mundo não é o de gim. Para todo G&T é necessário, no mínimo, três partes de água tônica. Milhões de latas de quinino (matéria- prima essencial para compor uma tônica) são gaseificadas todos os dias para suprir a grande demanda que se estabeleceu nos últimos dois anos. O crescimento e a procura por tônica zero ou ingredientes frescos e sem açúcares artificiais quadruplicou. É atribuído ao gim também o fato de ter menos caloria que outros destilados como uísque e vodca, além de não conter glúten e nem carboidratos. Não faço nenhum juízo de valor para aqueles que preferem coquetéis clássicos, (me incluo aqui), mais alcoólicos ou buscam no álcool amenizar sua mazelas. O bar é o divã de todos os bêbados (made in Cazuza), a meca da psicologia barata e filosófica e o verdadeiro exemplo vivo da democracia sem partido.
Não importa seu motivo. Não importa suas necessidades. Bar que se preze entrega aquilo que o cliente pedir, sem restrições ou julgamentos. Defendo uma coquetelaria de excelência, hospitaleira e atual, afinal, o drinque é do cliente e não meu. Pouco importa qual a tônica você quer. O que realmente importa é seu sorriso estampado, sua satisfação e seu desejo atendido. Bora pro bar.
Cheers.