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Por Gilberto Ururahy, médico
Especialista em medicina preventiva
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A importância do exercício físico para a saúde

Especialista em medicina do exercício e do esporte ressalta que evitar o sedentarismo é o principal fator para uma vida saudável

Por Gilberto Ururahy
Atualizado em 21 set 2021, 13h51 - Publicado em 21 set 2021, 10h09

A MedRio Check Up está comemorando 30 anos de funcionamento. Para marcar efeméride tão importante, criamos uma agenda de “Encontros Científicos com a Prevenção”, que acontecem uma vez por mês, abordando diferentes especialidades médicas. Neste mês de agosto, o convidado para o nosso encontro foi o médico Claudio Gil Araújo.

Boa leitura! – Gilberto Ururahy

A importância do exercício físico para a saúde

Qualquer prática de exercício físico é melhor que o sedentarismo. A afirmação é de Claudio Gil Araújo, médico com especialização em Medicina Desportiva, com mestrado e doutorado em Fisiologia, pós-doutorado na McMaster University (Canadá) e Diretor de Pesquisa e Educação da CLINIMEX – Clínica de Medicina do Exercício (Rio de Janeiro, RJ).

Conversamos com Claudio Gil sobre este e outros assuntos:

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Qual a importância do exercício físico para a saúde?

O exercício é a vacina para todos os males – e para todos os bens. Ele é um poderoso fomentador de saúde. Nossa máquina não foi feita para ser sedentária. Nas cavernas, não tinha entrega de comida ou restaurante, era preciso sair para caçar. Quando uma pessoa passa horas e horas do dia sentada diante da televisão ou do computador, ela está trabalhando contra a especificacao do “manual de fábrica” do nosso corpo. Ingerir alimentos sem gastar depois causa um estresse metabólico muito grande.

 

Quais são os riscos que o sedentarismo traz a saúde?

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Quando analisamos os fatores de risco para as principais doenças, o mais comum é a inatividade física, à frente até mesmo de colesterol, diabetes e hipertensão.

 

E qual deve ser a frequência e a intensidade da prática de exercícios?

A referência de 150 minutos de prática de exercícios por semana é útil, mas é pobre, por ser generalista. O ideal é que a quantidade de exercício seja individualizada de acordo com a necessidade de cada pessoa. É preciso levar em conta o histórico do indivíduo, o estilo de vida e a bagagem genética. Uns precisam de mais musculação, outros de mais aeróbico, e assim por diante. O importante é exercitar-se para ter boa aptidão física. Qualquer atividade física é melhor do que nada. Porém, quanto maior a duração e a intensidade, melhor. A maioria das pessoas não faz exercício suficiente e se tornam fisicamente inaptas. A Medicina trabalha com os quadros de deficiência cardiaca, hepática, respiratória; eu acredito na “insuficiência física”, ou seja, não ter uma aptidão física adequada para o seu gênero e idade.

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Quais são os cuidados que uma pessoa deve ter antes de começar a fazer exercícios?

A primeira coisa é ter bom senso. Quem tá aprendendo a dirigir não pega um carro e vai para a Via Dutra. O mesmo vale para o nosso corpo. A progressão gradativa é o grande aliado da saúde em termos de exercícios. O segundo ponto é saber ouvir o próprio corpo: se a pessoa sente uma dor ou uma falta de ar, isso significa que alguma coisa está errada e ela deve buscar orientação profissional.

 

Que conselho você dá para quem vai se exercitar na rua, com caminhadas, corridas ou pedaladas?

O kit de segurança de quem faz exercício é composto por quatro pontos. O primeiro é levar um celular e compartilhar a sua localização com alguém de confiança. O segundo item é informar a alguém qual é a rota pretendida. O terceiro tópico é levar um cartão com informações básicas a seu respeito (como o telefone de uma pessoa de contato, por exemplo). E por fim, levar algum dinheiro ou cartão que lhe permita mudar de ideia e voltar pra casa de táxi, se cansar, desistir, sentir dor ou houver algum contratempo.

 

A pandemia foi nociva à prática regular de exercícios?

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Sim e não. Uma das desculpas mais comuns antes da pandemia para não fazer exercício era a falta de tempo. Muita gente acabou se reinventando e incorporando a prática de exercício físico em casa, mesmo que on line. Mas também sabemos o quanto a pandemia causou depressão e outros transtornos na saúde mental das pessoas, que acabaram se afastando dos exercícios. No entanto, se elas tivessem maior consciência da sensação de recompensa e satisfação que o exercício traz para a saúde mental, talvez a adesão fosse maior.

 

Existe alguma forma simples de uma pessoa saber como está a sua aptidão física?

Nos anos 90, eu e minha esposa, Denise Sardinha, professora de Educação Física, tínhamos a visão que o trabalho aeróbico era muito importante, mas percebemos uma dificuldade na aptidão fisica não-aeróbica, formada por quatro componentes: força/potência muscular, flexibilidade, equilíbrio e composição corporal, ou seja, não ter excesso de peso. Então, criamos o teste de sentar-levantar, que avalia, simultaneamente, esses quatro componentes. O teste consiste em a pessoa se sentar e se levantar do chão. Para cada um dos dois movimentos, a nota parte de 5 pontos. A cada necessidade de apoio (se precisar de uma mão ou de um joelho), perde-se um ponto. Até os 40 anos de idade, um bom resultado é nota 10, ou seja, conseguir fazer os dois movimentos sem qualquer “ajuda”. Entre 45 e 65 anos é bem razoável colocar uma mão para levantar e para sentar. O teste é facil de aplicar e de ser interpretado. Em 2012, mostramos que a taxa de mortalidade entre as pessoas de 51 a 80 anos que tinham muita dificuldade de levantar e sentar era cinco vezes maior do que aqueles que tinham facilidade para os movimentos.

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Qual a importância do check-up para a manutenção da saúde e da qualidade de vida?

Atuo na medicina do exercício e do esporte há muitos anos e posso afirmar com toda a segurança sobre a relevância da medicina preventiva. Sou um entusiasta do assunto e foi um enorme prazer poder dividir conhecimento com os colegas da MedRio Check-Up.

 

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