Festival Faro 2018
Por trás de todo show, festival ou projeto cultural tem uma ralação insana de pessoas que se "doam" com um único objetivo: se expressar através da arte.
Numa madrugada insone, me peguei pensando por quê, meu Deus, a gente arruma tanta sarna pra se coçar. Eu podia só apresentar um programa de rádio voltado pra propagar a nova cena musical brasileira que tenho certeza já seria um grande feito. Mas não…inventei de promover mais uma edição do Festival FARO e tornei-me refém do Rescue.
Antes de seguir, dedico esta coluna a três grandes mulheres que conheci em 2017: Ana Garcia, Ana Morena Tavares e Melina Hickson. Elas são exemplos de curadoria feminina num mercado ainda dominado pelos homens mas com competência, leveza e muita dedicação fazem dos festivais Coquetel Molotov, Do Sol e Porto Musical importantes referências entre os independentes. Go girls!!
A 6a edição do Festival FARO vai acontecer dia 9 de março, no Circo Voador (RJ), e os ingressos já estão à venda aqui. O evento é uma extensão do FARO, programa apresentado por mim e que em 2018 completa dez anos no dial carioca. Eu não sei se você tem ideia do que é colocar no ar, toda semana, na grade de uma rádio comercial, um programa voltado exclusivamente para a nova produção musical brasileira mas posso garantir que, desde que comecei a apresentar o FARO, relativizo a expressão matar um leão por dia (rs!).
Este ano, o festival vai celebrar os encontros musicais e pretende propor uma diversidade de olhares, vozes, perspectivas e sentidos, buscando compreender as forças que constituem esse atual cenário. Em cima disso, o line up foi definido por mim em parceria com a equipe do Natura Musical. Teremos Cícero convidando Tim Bernardes, Carne Doce convidando Letícia Novaes e Liniker e os Caramelows com Larissa Luz.
Antes, depois e nos intervalos dos shows, os cantores QINHO e ILLY, dois representantes desta nova cena vão comandar a pista de dança ao lado do DJ João Rodrigo.
Resumindo: por trás de todo show, festival ou projeto cultural tem uma ralação insana de dezenas de pessoas que se “doam” com o único objetivo de se expressar através da arte. E promover as mais diversas formas artísticas é investir no bem mais precioso do planeta: o ser humano. Por mais empresas privadas investindo em cultura, por mais sensibilidade pública para a área, por mais representatividade, por mais mulheres na curadoria musical e por públicos mais atentos. Viva o Rescue e evoé 2018!
*****
#verãonoRio: Baiana System na Fundição Progresso
É bem provável que a esta altura você já tenha ouvido falar do Baiana System. Desde o lançamento do álbum “Duas cidades”, a banda baiana vem ganhando destaque no mundo da música. A apoteótica apresentação no último Rock in Rio deu projeção nacional ao grupo formado em 2009 por Russo Passapusso, Roberto Barreto e SekoBass.
A dificuldade em definir o estilo da banda é um dos principais atrativos em relação ao trabalho do coletivo. O grupo bebe de diversas fontes: da cultura da Bahia, com a presença da guitarra baiana; da África, com a percussão; e da Jamaica, com os sistemas de sound system. O discurso politizado também é outro ponto de destaque do Baiana System.
Sexta eles se apresentam na Fundição Progresso e eu garanto: é imperdível.