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Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD.
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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Por que você deve conhecer os diferentes tipos de envelhecimento

O médico Mauricio Wajngarten explica cada um deles e a importância da medicina preventiva a fim de prolongar a juventude

Por Fabiano Serfaty e Maurício Wajngarten
2 ago 2017, 17h50

A eterna juventude é um anseio de todos, que tem se acentuado com a percepção da possibilidade do aumento da longevidade. É obvio: “Se posso viver mais, por que não viver da melhor forma possível?” E vem a busca, nem sempre racional: “Doutor, não devo começar a tomar vitaminas? ” Ou então: “Existe algum tratamento de rejuvenescimento? ”.

A preocupação é totalmente válida e merece esclarecimentos. Afinal, são objetivos da medicina aumentar a sobrevida e manter uma boa qualidade de vida. Antes de mais nada, é preciso entender que existem várias idades. A idade cronológica serve para documentos, levantamentos, etc. Serve também para a gozação depreciativa do “DNA” ou “Data de Nascimento Antiga”. As idades biológica, funcional, psicológica e social são superimportantes. Temos outras idades e respectivos envelhecimentos, que são de âmbito biológico, funcional, psicológico e social.

(Reprodução/Reprodução)

O envelhecimento biológico modifica as células alterando a sua multiplicação e a sua função, como as rugas e os cabelos brancos. Enquanto o envelhecimento funcional implica na redução de capacidades do nosso organismo, por exemplo, a redução da capacidade física para enfrentar esforços ou, ainda, da capacidade reprodutiva da mulher. Ademais, o organismo perde progressivamente a aptidão de reserva e de defesa, utilizada em situações de maior solicitação ou agressão, como podemos verificar na recuperação mais difícil de doenças agudas. Já o envelhecimento psicológico e social tem relação com a falta de objetivo de vida, de otimismo, perda de apoio social e isolamento. É importante lembrar que o envelhecimento bem-sucedido, requer mais do que a saúde, pois inclui a participação na sociedade. É o envelhecimento ativo.

O tempo favorece uma verdadeira conspiração que promove os envelhecimentos citados e nos torna mais vulneráveis. Além disso, carregamos os efeitos e as consequências das doenças que tivemos no passado e daquelas que são crônicas, controláveis, mas não curáveis, como a diabetes. Em consequência a essa soma de tantos fatores, pessoas com a mesma idade cronológica são frequentemente muito diferentes. Assim, por exemplo, encontramos idosos lúcidos, com dificuldades de locomoção e outros, da mesma idade, com ótima capacidade física, mas com demência.

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E então, Doutor, o que pode recomendar? Aonde encontramos a fonte da juventude?
É fundamental assumir que ninguém deixa de envelhecer ou rejuvenesce. Tratamentos “antiaging”, “antienvelhecimento” ou “de rejuvenescimento” são criticados pelas Sociedades Médicas e Agências reguladoras da saúde.  Entre as propostas de retardar o envelhecimento biológico, destaca-se o combate à formação dos famosos Radicais Livres, com agentes antioxidantes, como vitaminas, minerais, suplementos, etc. Até o momento, porém, não há comprovação definitiva da eficácia dos tratamentos propostos nesse sentido. Brinco com meus pacientes dizendo que se existirem, eu vou tomar quatro baldes deles todos os dias.

Então a Fonte da Juventude não existe?
Podemos admitir que existe. A busca de minimizar o envelhecimento funcional passa pela prevenção, cura e controle das doenças que repercutem sobre o nosso organismo, bem como pela reabilitação de eventuais sequelas causadas por elas. A pressão alta ilustra bem esse cenário. Ela pode ser prevenida e controlada, evitando infartos e derrames com sequelas devastadoras. O progresso contínuo da medicina tem propiciado diagnósticos precoces bem como tratamentos eficazes, reduzindo, assim, o impacto das doenças sobre as nossas funções e capacidades.

O envelhecimento psicossocial desejável será mais provável naqueles com melhor condição de saúde, menores limitações funcionais e maior apoio social. Por exemplo, acredita-se atualmente que depressão e comprometimentos cognitivos estão relacionados a alterações inflamatórias e vasculares. Evidentemente, nível educacional e condições econômicas tem papel significativo.

O estilo de vida exerce influência expressiva sobre os envelhecimentos citados. Tabagismo, inatividade física, obesidade e tensão emocional são prejudiciais. Quando combatidos atenuam a perda de capacidades relacionadas ao envelhecimento normal, reduzem risco de doenças e beneficiam o perfil psicossocial.

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Verifica-se, portanto, que a fonte da juventude até existe. Longe das soluções mágicas e fáceis, e sim, perto do cuidado permanente com a condição da saúde e do estilo de vida adequado. Arregace as mangas e seja jovem!

Mauricio Wajngarten é Professor-associado do Departamento de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP e Cardiologista do Hospital Albert Einstein, São Paulo (Arquivo pessoal/Reprodução)

 

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