O papel da tecnologia no avanço da medicina
Jorge Moll Neto, presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, fala sobre como essa aliança pode revolucionar o tratamento e o atendimento ao paciente
Inovação aliada à saúde é uma tendência exponencial em nível mundial. Atualmente, é quase impossível falar sobre os avanços na medicina sem mencionar os benefícios que a tecnologia tem proporcionado ao setor. Nos Estados Unidos – e em especial no Vale do Silício e nas suas vizinhanças no norte da Califórnia – os avanços que todos nós testemunhamos na área da tecnologia digital agora transbordam para a área de saúde, abrindo novos horizontes para o setor.
É de lá que veio em missão ao Brasil o Dr. Albert Chan, vice-presidente de inovação com foco na experiência do paciente da Sutter Health, segunda maior rede de assistência médica nos Estados Unidos. A instituição vem buscando inserir em sua rotina o uso de novas tecnologias.
Dr. Chan esteve no país debatendo as principais tendências da área e, em suas palestras, tem mostrado o quanto a implementação da tecnologia pode transformar a maneira como os pacientes são acolhidos e atendidos. Por exemplo: imagine chegar para uma consulta de rotina e presenciar o seu médico com uma ferramenta capaz de resgatar todas as suas informações em um único comando de voz? O famoso óculos do Google, o Google Glass, já tem sido utilizado para este fim.
Com esta tecnologia, foi possível observar diversos benefícios, entre eles:
- Uma interação mais eficiente e humanizada entre médicos e pacientes;
- Atenção 100% focada no paciente, já que o médico não terá mais que dividir o seu tempo consultando arquivos ou tomando notas;
- Maior segurança e profundidade da avaliação médica.
Ao fim da consulta, todas as informações colhidas são estruturadas remotamente e revisadas pelo especialista, possibilitando um aumento da produtividade e melhor experiência do paciente.
Os smartphones e tablets também estão cada vez mais integrados à medicina. Aplicativos têm permitido que usuários acessem o seu histórico e, ainda, realizem a marcação de consultas online, sem a necessidade de um “call center”.
Iniciativas como estas fazem parte do futuro e do presente da medicina, e esperamos que os diversos setores de saúde no Brasil – incluindo redes hospitalares, empreendedores e startups, desenvolvedores individuais, investidores de capital de risco, instituições privadas e públicas de ensino e pesquisa – se engajem e colaborem cada vez mais para permitir o avanço rápido da inovação médica em nosso país. Em especial, precisamos cultivar o poder das parcerias para acelerar esse processo.
*Jorge Moll Neto é presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).