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Seu Jorge só percebeu ataques racistas após publicação de vídeo na web

Cantor apenas havia escutado as vaias até o momento. Nas redes sociais, pessoas relatam ter ouvido ofensas e a imitação de sons de macaco

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 out 2022, 15h19 - Publicado em 24 out 2022, 15h14

Após sofrer ataque racistas durante um show no último dia 14, o cantor Seu Jorge afirmou que só percebeu as injúrias cometidas ao ver um vídeo publicado na internet. Durante a apresentação no clube Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ele só tinha escutado as vaias.

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“Em um determinado momento, fiz uma fala sobre a infância, adolescência. Entendo que, quando a gente trata da redução da maioridade penal, o foco atingido é a população jovem negra. Elisa Lucinda falou uma coisa muito interessante: ‘ninguém confunde a Eliana com a Xuxa, uma Grazi Massafera com a Gabriela Prioli, sabe? Mas a gente vai preso confundido. É morto confundido.’ Depois, eu saí do meu concerto e eu percebi vaias. O que é do jogo, né?”, disse em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.

O momento teria ocorrido após o artista convidar ao palco o cavaquinista Pedrinho da Serrinha, de 15 anos, e aproveitar a participação para discursar contra a redução da maioridade penal e a morte de jovens pretos nas favelas. Depois do episódio, vídeos começaram a circular nas redes sociais mostrando, não só as vaias, como algumas pessoas fazendo sons de macacos. “Uma pessoa publicou as injúrias e foi ali que eu tomei conhecimento”, contou Seu Jorge. Depoimentos no Twitter também relataram ofensas proferidas como “vagabundo” e “safado” .

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Segundo uma fã que estava no show e não quis se identificar, o momento acabou se tornando um “show de horrores”. O caso foi denunciado por três pessoas em uma delegacia especializada em intolerância, que instaurou um procedimento policial de ofício. Isso ocorre quando a investigação é conduzida mesmo que a vítima não tenha realizado um boletim de ocorrência.

Dois dias depois do episódio, o presidente do Grêmio Náutico União, Paulo Bing, mandou um áudio em um grupo de mensagens alegando que o público reagiu a um gesto político de Seu Jorge durante o show e que havia uma cláusula proibindo “manifestações ou opiniões de cunho político, partidário, racial, religioso ou ideológico, inclusive de gênero”.

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Ao ser questionado se o comentário político teria motivado as reações, Seu Jorge ressaltou que não há justificativa para o racismo. “Estamos tratando de uma violência que não cabe mais no Brasil. A justificativa para o racismo não existe, assim como o racismo não deveria existir”, disse o artista, que também rebateu os comentários do presidente do clube sobre o moletom que ele estava usando ao chegar ao local do show. “Estamos discutindo futilidades, me desculpe dizer, é futilidade a roupa que eu estava usando. O importante é a mensagem que estou dizendo”, ressaltou.

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Depois dos ataques e do vazamento do áudio da presidência do clube, uma carta aberta ao público foi divulgada por oito sócios reforçando a necessidade da exclusão dos associados que venham a ser identificados como autores desse ato contra o cantor. Em menos de uma semana, mais de 100 sócios assinaram o documento. Em nota, o clube disse que lamenta os fatos ocorridos durante apresentação e que, caso seja comprovado pelos órgãos competentes que um associado participou do ato racista, ele será expulso do quadro associativo.

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