A despedida a Rita Lee, rainha do rock brasileiro, que faleceu aos 75 anos
Morte foi confirmada na manhã desta terça (9) em comunicado nas redes sociais. Velório será nesta quarta (10), no Parque Ibirapuera, em São Paulo
A eterna rainha do rock brasileiro, Rita Lee, morreu aos 75 anos no noite desta segunda (8), em São Paulo. A notícia que devastou fãs e admiradores da cantora foi confirmada na manhã desta terça (9), em publicação nas redes sociais oficiais da artista e de seu marido, Roberto de Carvalho.
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“Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no fim da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”, diz a nota. O velório aberto ao público será na quarta (10), das 10h às 17h, no Planetário do Parque Ibirapuera.
Diagnosticada com um câncer no pulmão em 2021, Rita vinha realizando tratamentos para a doença. No dia 24 de fevereiro deste ano, a família anunciou que a cantora estava internada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para fazer exames. Dias depois, ela ganhou alta e voltou para casa. Desde então, passou a focar na divulgação de sua nova autobiografia, Rita Lee: Outra Autobiografia, que será lançada no dia 22 de maio pela Globo Livros.
Repercussão
Nas redes sociais, diversos artistas e famosos lamentaram a notícia e fizeram homenagens ao grande ícone da música brasileira.
“Tristeza gigante, do tamanho do amor pela Rita”, comentou Maria Gadu na publicação que anunciou a morte. “Viva a eterna rainha do rock. Obrigado por tudo!”, escreveu o cantor Johnny Hooker. “Não tem palavra pra descrever a importância de Rita! Obrigado por tudoooooooooo”, comentou João Cavalcanti.
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A trajetória de uma lenda
Nascida no dia 31 de dezembro de 1947, na capital paulista, Rita Lee Jones é a mais nova das três filhas do dentista Charles Fenley Jones, descendente de imigrantes norte-americanos, e da pianista Romilda Padula Jones, filha de imigrantes italianos. O “Lee” foi incluído no nome das meninas em homenagem ao general Robert E. Lee, do exército confederado americano.
Criada no bairro Vila Mariana, Rita teve aulas de piano na infância com a musicista clássica Magdalena Tagliaferro e teve como primeiras influências musicais nomes como Elvis Presley, Beatles, Rolling Stones, além de cantores brasileiros que seus pais escutavam, como Cauby Peixoto, Angela Maria, João Gilberto, Carmen Miranda e Maysa.
A paulistana começou a compor suas primeiras músicas na adolesncência e, aos 16 anos, passou a integrar o grupo feminino Teenage Singers, realizando apresentações amadoras em colégios. Em 1964, passou a participar do grupo Six Sided Rockers, uma fusão entre seu grupo feminino e o trio masculino Wooden Faces.
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Após várias mudanças de nomes e formações, a banda daria origem a Os Mutantes, em 1966. Formado inicialmente por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, o grupo de rock psicodélico fez história na música brasileira durante o Movimento Tropicalista. A banda lançou seis álbuns, tendo o primeiro, de 1968, já gerado hits como A Minha Menina, Dom Quixote, Balada do Louco, 2001 (Dois Mil e Um) e Ando Meio Desligado. O grupo também participou do clássico Tropicália ou Panis et Circenses, que marcou o Tropicalismo, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão e Tom Zé.
Rita foi casada entre 1968 e 1972 com o seu companheiro musical, Arnaldo, parceria que também rendeu os discos solos Build Up (1970) e Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida (1972). O término do relacionamento foi um dos motivos que fez a cantora sair do grupo.
Em seguida, a artista formou a Tutti Frutti, banda responsável por discos de sucesso como Fruto Proibido, de 1975. O álbum consagrou o título de “rainha do rock brasileiro” da cantora e bombou com faixas como Agora Só Falta Você, Esse Tal de Roque Enrow e Ovelha Negra. Em 1976, Rita conheceu e se apaixonou pelo músico carioca Roberto de Carvalho, com quem iniciou uma duradoura parceria musical e amorosa.
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Foi durante sua primeira gravidez e morando com Roberto que Rita foi presa durante a Ditadura Militar por porte e uso de maconha, um ato com finalidade de “servir de exemplo à juventude da época”. A cantora foi condenada a um ano de prisão domiciliar e precisava de permissões especiais do juiz para sair de casa e fazer shows.
Com o fim da Tutti Frutti, a parceria da dupla Rita e Roberto ajudou a consagrar a cantora como artista popular. Em 1979, o icônico álbum Rita Lee apresentou os sucessos Mania de Você, Chega Mais e Doce Vampiro. Outro grande hit, Lança Perfume, saiu em seu disco seguinte, de 1980. O casal ainda lançou outros álbuns e canções, incluindo temas de novelas, e realizou grandes turnês e shows, como a primeira edição do Rock in Rio, em 1985. A parceria profissional acabou em 1991, quando Rita iniciou a turnê voz e violão Bossa ‘n’ Roll.
Em 1996, a artista sofreu uma queda da varanda no segundo andar de seu sítio, que esfacelou seu côndilo maxilar e a fez passar por uma cirurgia para colocação de pinos de titânio. Após o episódio, Rita teria se comprometido a deixar as drogas e o álcool, o que só viria a realmente acontecer em 2006, quando ela buscou uma clínica de reabilitação.
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A aposentadoria dos palcos foi anunciada em 2012, em seu show de estreia no Circo Voador. “Me aposento dos shows, mas da música nunca”, explicou a cantora na época em seu Twitter, que parou devido a sua fragilidade física.
Além da música, Rita também atuou na TV, com passagens em novelas da Globo como Top Model, Vamp, Celebridade e Ti Ti Ti. Ela também esteve à frente de programas como o TVLeeZão, na MTV, o talk show Madame Lee, no canal GNT, além de ter sido uma das apresentadoras do Saia Justa, entre 2002 e 2004, ao lado de Mônica Waldvogel, Marisa Orth e Fernanda Young.
A artista também publicou sete livros infantis desde os anos 1980. Em 2016, lançou Rita Lee: Uma Autobiografia, que se tornou uma das mais vendidas do país. Já em 2018, lançou FavoRita, livro com registros fotográficos raros, lembranças e reflexões da cantora aos 70 anos.
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Nos últimos tês anos, enfrentou momentos desafiadores durante a pandemia e com o diagnóstico de câncer no pulmão. Experiência que será narrada por ela em sua nova autobiografia, com lançamento marcado para dia 22 de maio. “Quando decidi escrever Rita Lee: uma biografia (2016), o livro marcava, de certo modo, uma despedida da persona ritalee, aquela dos palcos, uma vez que tinha me aposentado dos shows. Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vida besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica”, diz um trecho publicado em sua rede social.
Bom humor e descontração
Com a morte da cantora, a internet também não podia deixar de relembrar seus melhores momentos e frases que divertiram e geraram identificação na web. Alguns tweets antigos de Rita, publicados há mais de 10 anos, ainda fazem sucesso e mostram como era seu jeito de ser humorado, sincero e cheio de irreverência.
Veja abaixo alguns dos melhores memes de Rita Lee:
esse meme aqui vai ser sempre o meu favorito da rita lee eu amo esse vídeo
ela é toda boazinha, ela é toda do bem, ela é tão galera, ela é jovem… pic.twitter.com/qRG0SJxIPq
— José Ramos (@ramozes) May 9, 2023
sério os tweets da rita lee eram simplesmente perfeitos https://t.co/oKejiFf7Ao pic.twitter.com/xbiWxsVEuW
— paiva (@paiva) May 9, 2023
a rita lee fazia os melhores tweets kkkkkkk pic.twitter.com/vYDawj8Dna
— nick 🎸 (@nick_jameshtf) May 9, 2023
os tweets da minha diva rita lee que descrevem minha vida, inesquecível 👑 pic.twitter.com/dDsmdRAmHG
— ritinha (@naluvsgondim) May 9, 2023
hoje só os melhores tweets da rita lee pic.twitter.com/qqDBXr3SLJ
— thay (@feedathay) May 9, 2023
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