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Ministra Anielle Franco é eleita uma das mulheres do ano pela revista Time

A política, ativista e fundadora do Instituto Marielle Franco é a primeira e única brasileira a receber o reconhecimento pela publicação internacional

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 mar 2023, 17h59 - Publicado em 2 mar 2023, 15h03
Anielle Franco
Anielle Franco: ministra usou a expressão racismo ambiental e foi alvo de críticas nas redes (May Donaria/Divulgação)
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Nomeada ministra da Igualdade Racial em 2023, Anielle Franco é a primeira e única brasileira a entrar na lista das 12 mulheres do ano da revista Time. Divulgada nesta quinta (2), a publicação destaca mulheres ao redor do mundo “que estão ajudando a criar um futuro melhor para as mulheres”. A carioca de 38 anos figura ao lado de nomes como as atrizes e ativistas Cate Blanchett e Angela Bassett, a campeã de box Ramla Ali e a jogadora de futebol Megan Rapinoe.

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Em publicação nas redes sociais, Anielle se descreveu “muito orgulhosa e emocionada” por ter seu trabalho e ativismo reconhecido. “Estou muito feliz e não chego sozinha, esse reconhecimento não é só meu, é de todas as mulheres negras do Brasil”, disse a ministra. “Sou a primeira, mas não serei a única. Que esse marco seja um recomeço para a nossa história e o reconhecimento de toda nossa luta”, reforçou.

https://twitter.com/aniellefranco/status/1631295111983243265?s=20

Anielle é irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio que foi brutalmente morta a tiros em março de 2018. O perfil realizado pela revista descreve a ativista como “a ministra da Igualdade Racial do Brasil nunca planejou entrar na política”. Mas tudo mudou quando sua irmã foi assassinada durante uma emboscada. “A trágica história familiar, a personalidade calorosa e o uso hábil das mídias sociais transformaram Anielle, ora reservada, em uma líder improvável no movimento pelos direitos dos negros no Brasil”, escreve o artigo.

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Após a morte da irmã, Anielle passou a buscar por Justiça e se dedicar integralmente ao ativismo, criando o Instituto Marielle Franco, ONG que dá continuidade à luta da vereadora em torno de pautas antirracistas, feministas e pró-LGBTQIA+. “Perdi o medo quando mataram minha irmã. Agora eu luto por algo muito maior do que eu”, disse à revista.

O artigo também aborda o cenário durante a presidência de Jair Bolsonaro, quando os assassinatos atribuídos a policiais atingiram níveis alarmantes, sendo, em 2022, 84% das vítimas negras. “Esse era um projeto político dele (Bolsonaro); deixar em segundo plano tudo que fosse para o povo negro, o povo indígena, as mulheres, os pobres, a população LGBTQIA+”, disse Anielle. “Estou feliz que tenhamos conseguido detê-lo.”

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Criada no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, Marielle começou a jogar vôlei aos oito anos de idade e se mudou com apenas 16 anos para os Estados Unidos, onde viveu por 12 anos e estudou inglês e jornalismo em faculdades americanas com o apoio de bolsas esportivas. De volta ao Rio, finalizou dois mestrados e trabalhou como professora de inglês em escolas particulares.

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O assassinato de Marielle virou a vida da ex-jogadora e professora de cabeça para baixo. À frente do Instituto Marielle Franco desde 2018, a ativista liderou iniciativas como uma pesquisa que mapeou a violência política de raça e gênero no país, e a criação da Plataforma Antirracista nas Eleições, em julho de 2020, que apoiou candidaturas negras nas eleições municipais.

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Agora com o apoio do governo, Anielle espera continuar combatendo diversas desigualdades que geram, segundo ela,  “o genocídio da população negra”. “Espero que os negros assumam o lugar de protagonistas em nossa sociedade, e não apenas na primeira página dos jornais como vítimas de um genocídio”, reforçou em entrevista.

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