Por que filho de Gal Costa pede exumação do corpo da cantora, morta em 2022
Ele questiona na Justiça a empresária da artista, Wilma Petrillo, que afirma ter tido uma união estável de 24 anos com Gal e quer metade da herança
Filho único de Gal Costa, o estudante Gabriel Costa, de 18 anos, entrou na Justiça com um pedido para que o corpo da mãe seja exumado e que seja realizada uma necrópsia que estabeleça a causa da morte dela, como informa a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo.
A certidão de óbito de Gal, que morreu em novembro de 2022, diz que ela foi vítima de um infarto agudo do miocárdio e que já estava doente, com câncer de cabeça e pescoço. Mas o documento só foi divulgado meses depois, em julho de 2023, após uma reportagem da revista Piauí trazer diversas acusações a Wilma Petrillo, empresária da artista, que busca na justiça o reconhecimento de uma união estável com a cantora.
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A reportagem conta com depoimentos de treze pessoas, como ex-funcionários, amigos e o irmão da cantora, entre outros, que denunciam Petrillo por assédio moral, ameaças e golpes financeiros, além de um comportamento abusivo em relação a Gal Costa.
Um dos questionamentos sobre a causa da morte da artista, na época, partiu da jornalista Hildegard Angel. “Dadas as recentes revelações, os fãs de Gal Costa pedem ao Ministério Público uma autópsia já. O mal súbito da cantora não nos convence”, escreveu ela nas redes sociais.
Gabriel também exige que os restos mortais da mãe sejam transferidos de São Paulo para o cemitério São João Batista, no Rio. Ele quer que Gal seja enterrada ao lado da mãe dela, Mariah Costa Penna, em um jazigo perpétuo que a própria cantora comprou para que as duas ficassem lado a lado após a morte.
A decisão de que seu corpo fosse enterrado no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, no bairro da Consolação, em São Paulo, foi tomada por Wilma Petrillo, que se diz viúva da cantora. Na época, Gabriel era menor de idade e não tinha como interferir.
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Filha única e criada somente pela mãe (o pai jamais se aproximou da filha), Gal era muito ligada a Dona Mariah. O enterro da cantora em São Paulo causou revolta entre seus amigos mais próximos, com manifestações na época de sua morte.
O cantor e compositor Paulinho Lima, que trabalhou como empresário da artista, foi um dos que criticaram a decisão, com uma publicação nas redes sociais. “Gal Costa comprou um jazigo perpétuo no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro, quando faleceu sua mãe”, escreveu.
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“Neste cemitério, estão sepultados Carmen Miranda, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, Cazuza, Glauber e Anecy Rocha, os membros da Academia Brasileira e a maioria dos grandes artistas e personalidades do nosso país. Gal, intuitiva como era, até isso deve ter previsto”, continuou Lima.
“Não é justo que seja sepultada num jazigo que não é seu e que seja dificultada a chegada de seus fãs e amigos para homenagens e despedidas finais. Por que isso tudo está acontecendo? Quem deseja apagar e esconder essa pessoa amada por tantos? O que há por trás de tudo isso?”, questionou ele.
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Com a morte do ícone da MPB, Gabriel ficou sob a guarda temporária de Wilma, por ainda ter 17 anos. Ele encontrou os documentos que expressavam os últimos desejos de Gal e aguardou até que chegasse à maioridade. Nesse meio-tempo, em setembro de 2023, a Justiça nomeou Petrillo como inventariante dos bens da artista.
Após completar 18 anos, em junho de 2023, Gabriel saiu da casa onde estava vivendo com ela, no Jardim Europa, bairro nobre de São Paulo. Em janeiro de 2024, ele contratou as advogadas Luci Vieira Nunes e Mariana de Athayde Ferreira para confrontar a decisão acerca da herança.
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Ele questiona judicialmente as declarações de Petrillo, que pede o reconhecimento de uma união estável de 24 anos com Gal, o que lhe daria direito a metade do patrimônio da cantora. A defesa do jovem afirma que ela não era mais par romântico da cantora havia anos, apenas atuando como empresária da artista, além de ser madrinha do filho de Gal.
As advogadas de Gabriel também afirmam que a cantora deixou um testamento, feito antes da adoção do filho, no qual deixaria seu patrimônio para a Fundação Gal Costa, criada por ela. “Na época, Wilma assinou o testamento como testemunha, sabendo que nada herdaria”, afirmou a advogada Luci Vieira Nunes ao site Splash, do UOL.
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No mês passado, o site Em Off divulgou um áudio atribuído a Petrillo em que ela se irritava com a negativa de Gabriel em assinar um documento e afirmava que teria herdado 75% dos direitos autorais de Gal, e Gabriel, 25%, e que, por não achar justo, havia achado melhor dividir meio a meio. “Se você não assinar, a gente não recebe o dinheiro e a gente vai passar fome, você não pode fazer isso comigo não, Gabriel”, diz um trecho do áudio.
A advogada Luci Vieira Nunes afirma que Gal manifestou o desejo de ser enterrada ao lado da mãe e que isso precisa ser respeitado. “A lei legitima o familiar mais próximo, no caso o filho único da cantora, a atuar em favor dos interesses deixados por ela, e diante da notória e pública manifestação sobre a destinação de seu corpo após a morte, somente seu filho Gabriel tem legitimidade para exercer o direito ao cadáver de sua mãe”, afirma.
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