Por que Faustão fez transplante de coração após 7 dias na lista de espera
Apresentador estava em segundo lugar na fila de prioridade, mas recebeu o órgão porque equipe médica do paciente que ocupava 1ª posição o recusou
O apresentador Fausto Silva, que passou por um transplante cardíaco neste domingo (27), ocupava o segundo lugar na fila de espera por um coração, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo. A equipe médica do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão e, desta forma, a oferta seguiu para o apresentador. Segundo o Ministério da Saúde, ele foi priorizado na fila de espera em razão de seu estado de saúde, que era considerado grave. Neste tipo de transplante, a ordem de prioridade da fila de espera é definida com base na gravidade do quadro do doente.
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“A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção”, afirmou a Central de Transplantes do Estado de São Paulo.
A equipe médica responsável por Faustão recebeu a oferta do órgão na madrugada de domingo (27), após sete dias de espera. De acordo com o boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein, onde o apresentador está internado desde 5 de agosto, a cirurgia aconteceu no início da tarde do mesmo dia e durou cerca de 2h30. “O procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição“, diz o boletim.
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O tempo de espera por um transplante de coração, para potenciais receptores desse grupo é de 1 a 3 meses. Quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa, por exemplo. A espera não leva em conta se o paciente fará a cirurgia em um hospital público ou na rede particular.
Veja como funciona a fila de transplantes do SUS
O primeiro passo é o médico responsável cadastrar o paciente na lista única de transplantes. A lista é gerida e organizada pela Secretaria Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.
A lista funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada, mas é levada em consideração a gravidade do quadro, além de três outras condições:
Tipo sanguíneo – um paciente só pode receber um órgão de um doador que tenha o mesmo tipo sanguíneo que ele;
Porte físico – alguém alto e mais pesado não pode receber o coração de um doador muito mais baixo e magro que ele;
Distância geográfica – o órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em um intervalo de até 4 horas, isso é chamado de tempo de isquemia, o tempo de duração deste órgão fora do corpo, ou seja: não é possível fazer a ponte entre duas pessoas que estejam muito distantes uma da outra. O tempo de isquemia, inclusive, determina se um carro ou avião será usado para o transplante, com custos arcados pelo SUS.