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“Nós estamos no tempo da Anitta!”, diz Chico Buarque

Artista comentou em entrevista por que não canta mais a música Com Açúcar, Com Afeto, que considera datada

Por Kamille Viola
Atualizado em 7 fev 2022, 20h58 - Publicado em 7 fev 2022, 12h38

Depois da polêmica provocada pela repercussão de uma fala sua no documentário O Canto Livre de Nara Leão, no Globoplay, Chico Buarque afirma que achou a reação absurda. Isso porque ele comentou que não cantava mais a música Com Açúcar, Com Afeto, o que logo virou notícia e gerou longas discussões.

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Em entrevista à jornalista Regina Zappa, autora de livros sobre o artista, ao site Brasil 247, ele garante que o único feminista que criticou a canção foi ele próprio e que acha vencida “essa coisa da mulher lamurienta, que fica em casa”. “Puxa, nós estamos no tempo da Anitta! As mulheres estão falando alto, estão de cabeça erguida, e acho bonito isso. É uma conquista do movimento feminista. O movimento feminista tem uma grande importância e estou solidário com ele”, frisa.

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Chico garante que não imaginou que seu comentário fosse suscitar alguma polêmica. “Eu disse que não cantava mais Com Açúcar, Com Afeto, como de fato não canto há muitos e muitos anos. E um artista deixar de cantar uma música não me parece uma notícia”, afirma.

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Para o cantor e compositor, dizer que ele cancelou ou censurou a música “é desinformação ou má-fé”, e ele jura que nunca soube de críticas dos movimentos feministas à canção. “Eu converso com minhas netas, e elas devem achar essa história da música ridícula. É realmente datada”, admite.

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Ele explica ainda que não canta mais várias músicas de seu repertório, como Pelas Tabelas (do álbum Chico Buarque, de 1984), de versos como “Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela/ Eu achei que era ela puxando o cordão” e “Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas/ Eu pensei que era ela voltando”. “Não dá mais. Era situada na época das Diretas Já. Ou seja, todo mundo batendo panela de camisa amarela. Se eu cantar hoje… (risos). Ficou datada, não é? Não quer dizer que eu renegue a música. Só não canto mais”, comenta.

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Chico garante que, durante todos esses anos, nunca ninguém pediu para que ele cantasse Com Açúcar, Com Afeto (a última vez de que se tem notícia de a música ter sido apresentada por ele em um show foi em 1985) e aposta que Nara acharia toda essa polêmica uma grande bobagem. “Acho que ela diria que há coisas muito mais importantes para discutir. Acho que ela estaria chocada com o linchamento do congolês na Barra da Tijuca. Acho que ela não compreenderia como o Brasil elegeu um sujeito como o Bolsonaro. E acho que ele já não cantaria Com Açúcar, Com Afeto”, arrisca.

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Ele também reclama de mulheres que, em sua opinião, prestam um desserviço à causa do feminismo. “Eu já sofri com isso naquela música Tua Cantiga (do álbum Caravanas, de 2017), por causa daquele verso ‘Largo mulher e filhos/ e de joelhos vou te seguir’. Vi a declaração de uma mulher que disse que vomitou quando ouviu isso. É difícil de lidar. E isso cria uma enorme antipatia. É negativo. Mas eu não antipatizo com as feministas e tendo a concordar com elas”, afirma.

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Autor de mais de 400 canções e considerado um dos maiores letristas da língua portuguesa, Chico Buarque compôs diversas músicas sobre personagens distantes de sua realidade, muitas delas na primeira pessoa, como O Meu Guri, Las Muchachas de Copacabana e Olhos nos Olhos, todas narradas por mulheres.

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