Boné CPX, sucesso de vendas, conquista mais um fã ilustre: Chico Buarque
Artista vestiu o acessório durante seu show no Vivo Rio, sábado (7), depois de recebê-lo das mãos do jornalista Chico Pinheiro, que estava na plateia
Durante seu show sábado (7) no Vivo Rio, Chico Buarque usou o boné com a inscrição CPX, que viralizou no ano passado depois que Luiz Inácio Lula da Silva usou em sua visita ao Complexo do Alemão durante a campanha, e apoiadores de Jair Bolsonaro espalharam fake news de que o acessório trazia a sigla de uma facção criminosa.
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Chico Buarque de Holanda com o boné da CPX. pic.twitter.com/G3Fx1fiARe
— Carolina Garcia (@CarolGarciaFS) January 8, 2023
O cantor e compositor recebeu a peça das mãos do jornalista Chico Pinheiro, que estava na plateia e chegou à apresentação vestido o boné. O artista ficou segurando o acessório por um tempo enquanto cantava, até perceber do que se tratava e colocá-lo na cabeça, recebendo muitos aplausos. Em seguida, cantou a música Meu Guri. Depois, quem usou a peça foi a cantora Monica Salmaso, convidada especial da atual turnê do artista, Que Tal Um Samba?.
CPX, na verdade, é uma abreviação de “Complexo”, uma referência ao conjunto de favelas. Lula usou o acessório quando foi ao local, em 12 de outubro. Depois de uma série de notícias falsas associando o boné ao tráfico de drogas, as vendas do objeto explodiram. Cicerone do então candidato na visita e fundador do jornal Voz das Comunidades, Rene Silva criou uma campanha em que quem doasse uma cesta básica para o Alemão ganharia um boné CPX, e o resultado foi recorde, com três mil cestas entregues.
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Diversos famosos já publicaram fotos suas usando o boné: Xuxa, Caio Blat e Filipe Ret foram alguns deles. Rene Silva comemorou a adesão do medalhão da MPB. “Fico muito feliz de ver que podemos contar com pessoas de grande visibilidade para desmentir essa história horrorosa associando a sigla a uma facção criminosa”, disse ele a VEJA RIO.
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No primeiro turno, Bolsonaro afirmou em um debate na Globo, no dia 16 de outubro, que o adversário havia ido se encontrar com bandidos. “Eu conheço o Rio de Janeiro, o senhor esteve no Complexo do Salgueiro. Não tinha um policial do seu lado, só traficante”, disse, confundindo o Alemão, que fica na zona norte do Rio, com a favela do município São Gonçalo, na região metropolitana.
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O novo show de Chico Buarque é batizado a partir da música de mesmo nome, lançada por ele no ano passado, que tem versos como: “Depois de tanta mutreta/ Depois de tanta cascata/ Depois de tanta derrota/ Depois de tanta demência/ E uma dor filha da puta, que tal?/ Puxar um samba”. Que, por sinal, arrancaram aplausos da plateia, além de outros momentos do repertório de Chico. O cantor sempre se manifestou de forma contrária ao recém-finado governo de Jair Bolsonaro, e seu show traz referências a isso.
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O cantor, aliás, também fez referência ao fato de que uma juíza questionou se ele seria mesmo o autor de seu clássico Roda Viva, em um processo movimento pelo autor contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair, por uso indevido da canção. Ele comentou as fake news de que compraria canções, e brincou, emendando com o refrão da música Bancarrota Blues: “Mas posso vender/ Quanto vai pagar?”, arrancando gargalhadas do público.
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