Darcílio Lima
Resenha por Rafael Teixeira
Em 1966, já morando no Rio havia quase uma década, o cearense Darcílio Lima (1944-1991) passou uma temporada na Casa das Palmeiras, instituição mantida pela psiquiatra Nise da Silveira e voltada para o tratamento por meio de atividades de expressão criativa e artística. Impressionada com o talento do paciente (que sofreria de distúrbios mentais até o fim da vida), a médica o apresentou ao pintor e professor Ivan Serpa. A partir daí, sua carreira artística ganharia um impulso que o alçaria à condição de expoente da arte surrealista no Brasil. Essa breve e marcante trajetória é celebrada em Um Universo Fantástico, individual com 65 obras que abre as portas no domingo (10), na Caixa Cultural. Os trabalhos presentes são, em sua maior parte, desenhos a bico de pena, com ênfase em temas místicos, sexuais e religiosos. Gravuras, duas pinturas, uma em madeira e outra em um vaso de cerâmica, além de três exemplares da serigrafia Che Guevara, de Antonio Manoel, aquarelada por Darcílio, completam o acervo.