Rosto pouco conhecido do grande público, o cantor e compositor de 23 anos tem uma música no topo das paradas. O feito foi alcançado por Linha Tênue, gravada pela cantora Maria Gadú, amiga que deu impulso providencial à carreira do novato. Filho da cantora Tetê Espíndola e do músico Arnaldo Black, Daniel Espíndola Black lançou recentemente o primeiro disco-solo. Ele é recheado de canções próprias, cujas marcas são as letras inteligentes, as melodias redondas e o timbre de voz pouco usual (mas não agudíssimo, como o de sua mãe). Com a participação de Maria Gadú, ele sobe ao palco do Solar de Botafogo na quinta (9) para mostrar seu trabalho.
Você vem de uma família de músicos de Mato Grosso do Sul. Até que ponto vai o seu regionalismo? Nasci e fui criado em São Paulo, mas sempre passava férias em Campo Grande. Ouvia muito os meus tios, especialmente o Geraldo Espíndola, que parte das raízes pantaneiras para fazer world music, além de Almir Sater, Guilherme Rondon e o Geraldo Roca.
Como você se aproximou de Maria Gadú?
Foi por intermédio de um amigo em comum. Ela começou a frequentar meus shows quando eu tinha apenas 18 anos. Isso foi antes de ela ter estourado na carreira. Depois, Maria veio para o Rio, começou a fazer sucesso e voltamos a nos reencontrar. Como já conhecia bem o meu repertório, ela pediu que eu gravasse Aurora, que acabou entrando em seu DVD e está também no meu disco. Agora, em Mais Uma Página, gravou Linha Tênue e Axé Acappella.
No repertório de seu disco há uma composição de Chico César. É verdade que você o conhece bem desde pequeno?
É uma história engraçada. Quando meus pais saíam à noite para namorar, deixavam minha irmã e eu, no auge dos meus 6 anos, sob a guarda do Chico César. Era uma baby-sitter de luxo que tocava violão para a gente e acabou me influenciando muito musicalmente. Gravei uma participação no próximo DVD dele. Foi especial para mim.