Eu fui: ao caricaturista da Rock Street
Repórter de VEJA RIO posou para um dos desenhistas que fazem caricaturas grátis no festival
Foram uma hora e 42 minutos cronometrados em pé na fila até chegar minha vez. Nesse tempo, enquanto sentia uma brisa de maconha no ar, observava a galera passando vestida de preto com cabelo roxo, amarelo, vermelho e com tatuagens que tomavam o corpo inteiro. Vi até uma menina carregando uma mochila da Jornada Mundial da Juventude. Será que o papa curte metal? Com uma hora de fila, minhas costas começaram a doer e a vontade era de desistir, mas persisti na espera pelo meu desenho. Grátis, diga-se de passagem.
Enquanto a vez das pessoas não chegava, todo mundo ia dando seu jeito de observar o trabalho dos dois caricaturistas de plantão para ver como estavam se saindo e quem era o melhor. ?Olha o que ele está fazendo com a menina, coitada! Não quero nem imaginar como vai me desenhar?, disse um rapaz temendo o momento em que suas orelhas de abano fossem transpostas no papel. No meu caso, sei bem que não tenho o rostinho delicado da Barbie, mas o narigão que ele me presenteou vai me perseguir nos piores pesadelos e definitivamente não vai parar em um quadro emoldurado na parede lá de casa. Se liga: você pode sair de lá meio neurótico com o visual. No mais, certamente vale a lembrança do desenho na grande folha que leva a logo do Rock in Rio e os dizeres ?God save Rock Street? (Deus salve a Rock Street).