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Falso brilhante

Clube de Compras Dallas não convence como um registro da pior época da aids

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 13h49 - Publicado em 26 fev 2014, 21h22

Foi uma surpresa quando o drama recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, montagem e roteiro original. Ator (Matthew McConaughey), ator coadjuvante (Jared Leto) e maquiagem eram barbadas. O mais fraco candidato da competição tem na pretensão a maior falha. Canadense de Quebec, Je­an-Marc Vallée (de C.R.A.Z.Y.) quis dar um panorama do tenebroso período da aids da década de 80 centrado num heterossexual. Interpretado por McConaughey, que deve levar o Oscar pelos 20 quilos perdidos, Ron Woodroof é um caubói homofóbico e mulherengo do Texas. Em 1985, ao descobrir ter contraído o vírus, não aceita o resultado do exame e passa a exagerar no sexo e nas drogas. Ao se dar conta da morte iminente (exatamente trinta dias), parte para o México, onde um médico descobriu um tratamento alternativo capaz de prolongar a vida dos soropositivos. Bom de lábia e de negócios, Woodroof passa a traficar o medicamento para os Estados Unidos. O roteiro ganha pontos ao trazer à tona esse personagem real e os meios encontrados por ele para lucrar com a própria doença e lutar na Justiça por seus direitos de sobrevivência. Em torno dele, porém, o registro de época soa falso, incluído aí um tipo ficcional. O gay/transformista/travesti, ou sa­be-se lá o quê, feito por Jared Leto revela-se inconsistente e serve apenas para dar um contraponto à figura machista e preconceituosa do protagonista.

✪✪ Clube de Compras Dallas, de Jean-Marc Vallée (Dallas Buyers Club, EUA, 2013, 117min). 16 anos. Estreou em 21/2/2014.

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