Tesouros ignorados
Um roteiro pelos museus da cidade com obras de inegável valor artístico, mas pouco conhecidas
Embaladas pela curiosidade que o novo desperta, as boas mostras temporárias sempre são sucesso de público. No Museu Nacional de Belas Artes, a exposição interativa Rio: a Arte da Animação tem levado legiões de pais e filhos a observar esculturas e esboços do desenho animado produzido pelo diretor Carlos Saldanha. Muita gente, porém, deixa o prédio na Cinelândia sem se dar conta de que ele exibe também obras significativas da produção brasileira do século XIX, como a tela A Primeira Missa do Brasil, de Victor Meirelles, e pinturas relevantes da arte moderna. Uma delas é Le Manteau Rouge, de Tarsila do Amaral, que, cedida em março ao cerimonial do Palácio do Planalto, impressionou o presidente Barack Obama em sua visita a Brasília. Com a ajuda de especialistas, VEJA RIO listou nove trabalhos que são atrações permanentes ou integram mostras de longuíssima duração na cidade. Trata-se de um roteiro que fica à disposição do carioca, desmentindo o ditado “o que é bom dura pouco”. Se você não conhece, vale uma visita. Os endereços e horários de funcionamento das instituições estão na seção Exposições, a partir da página 90.
Autora: Tarsila do Amaral
Data: 1923
Onde é exposto: Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea do Museu Nacional de Belas Artes
Por que é importante: Foi feito pouco depois de uma recepção para Santos Dumont em Paris, quando a pintora ganhou elogios do inventor por usar um casaco vermelho
Autor: Desconhecido
Data: Século IV a.C.
Onde é exposto: Sala de jantar do Museu da Chácara do Céu
Por que é importante: Este raro exemplar de arte grega existente na nossa cidade é uma das peças avulsas integrantes da Coleção de Arte Europeia da casa, que foi seriamente desfalcada com o roubo das telas de Picasso, Matisse, Monet e Dali durante o Carnaval de 2006
Autor: Di Cavalcanti
Data: 1940
Onde é exposto: Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea do Museu Nacional de Belas Artes
Por que é importante: Pintado em Paris, onde o artista viveu por cinco anos, é considerado uma de suas obras-primas. Mescla influências do expressionismo com as raízes tropicais do autor, notadamente nas figuras roliças
Autor: Leandro Joaquim
Data: Segunda metade do século XVIII
Onde é exposto: Circuito de Exposições de Longa Duração do Museu Histórico Nacional
por que é importante Integra um conjunto de telas encomendadas pelo vice-rei Luís de Vasconcelos para decorar os gazebos do Passeio Público. É uma das poucas imagens do período colonial
Autor: Lasar Segall
Data: 1935
Onde é exposto: Seção Genealogias do Contemporâneo do Museu de Arte Moderna
por que é importante Trata-se de uma das telas em que o pintor lituano se retrata como alguém natural do Brasil, com a reprodução de um mulato de lábios grossos
Autor: Cildo Meireles
Data: 1967
Onde é exposto: Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea por que é importante Foi uma das primeiras instalações concebidas no Brasil (fim da década de 60)
Autor: Candido Portinari
Data: 1941
Onde é exposto: Setor de arte brasileira do Museu da Chácara do Céu por que é importante Este quadro de grandes dimensões sobressai na Coleção Castro Maya, guardiã de ótimo acervo do pintor
Autor: Desconhecido
Data: Século I
Onde é exposto: Coleção Greco-Romana do Museu Nacional
Por que é importante: Representação de um monstro marinho, este fragmento permaneceu intacto depois da destruição de Pompeia pelo vulcão Vesúvio. Foi dado à imperatriz Teresa Cristina, em 1855
Autor: Desconhecido
Data: Entre os séculos IV a.C. e IV d.C.
Onde é exposto: Coleção Egípcia da Fundação Eva Klabin
Por que é importante: O sarcófago para felinos, feito entre os períodos Ptolomaico e Romano, é um dos testemunhos do relevante papel dos animais nos rituais religiosos do Egito