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Acordo acerta a volta às aulas na Uerj, mas caminho rumo à normalidade ainda é longo

A partir de agosto, governo do estavo fará um repasse mensal de 10 milhões de reais para a Universidade, além de 7 milhões para o Hospital Universitário Pedro Ernesto

Por Jana Sampaio
Atualizado em 5 dez 2016, 11h07 - Publicado em 20 ago 2016, 01h00

Medida adotada para liberar o trânsito durante os Jogos, as férias escolares de agosto estão prestes a terminar. Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a retomada do período letivo, marcada para segunda (29), não tem a ver com a Olimpíada: fruto de um acordo que envolveu a reitoria, a comunidade acadêmica e o governo do estado, a promessa de volta às aulas busca superar uma crise sem precedentes nas mais de seis décadas de existência da instituição. Professores e servidores da Uerj entraram em greve em 7 de março. Razão da paralisação, a grave crise financeira, motivada pela inadimplência do governo fluminense, impediu o funcionamento de outros setores do câmpus e enterrou de vez o primeiro semestre de 2016. O fio de esperança para mais de 29 000 alunos surgiu depois da definição de um repasse mensal de 10 milhões de reais do governo para a universidade, além de 7 milhões para o Hospital Universitário Pedro Ernesto. Esse valor não cobre os gastos totais nem faz cócegas na dívida atual, orçada em 202,9 milhões de reais, mas é encarado como uma tentativa de recomeço.

+ Uerj tenta sobreviver à grave crise

No auge da crise, em julho, a licitação feita para a contratação de serviços de limpeza, interrompidos por falta de pagamento, não recebeu novos candidatos. Um repasse emergencial de 13 milhões de reais amenizou a desconfiança que havia espantado empresas concorrentes. A terça (23) é também o dia D para o retorno à rotina de serviços básicos de manutenção, como a coleta de lixo, e para que seguranças e ascensoristas retomem seu posto. O reitor Ruy Garcia Marques, que em junho afirmou que não tinha condições para manter a Uerj de portas abertas, reconhece a fragilidade da situação atual. “Os avanços nas negociações com as categorias foram menores do que o pleiteado. Se o governo voltar a atrasar os repasses e não der continuidade às conversas, são grandes as probabilidades de haver nova greve. Caso isso aconteça, será a insurgência total”, diz. Nome prestigiado no corpo docente, o físico Alberto Santoro, chefe do laboratório de física de altas energias da Uerj e líder da equipe brasileira no Colisor de Hádrons da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), em Genebra, o maior laboratório de física de partículas do mundo, também teme uma nova greve. “A motivação seria justa, mas prejudicaria o setor de pesquisas, que, inclusive, é fonte de verbas, através de parcerias e convênios”, explica o professor. Na outra ponta dessa delicada negociação, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Gustavo Reis Ferreira, responsável pelas universidades estaduais fluminenses, não quis comentar o acordo, apesar de procurado. Como se vê, o sucesso dessa retomada vai exigir, além de dinheiro e bom-senso, um bocado de fé     

 

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